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    Ninguém tinha muita fé nele, mas se tornou um dos filmes favoritos de Martin Scorsese
    Giovanni Rodrigues
    Giovanni Rodrigues
    -Redação
    Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

    Uma história densa mas comovente sobre espiritualidade onde não é preciso ser um crente para ser cativado, não deixe de assistir Silêncio.

    Trata-se de um filme com muitos aspectos que não o deixam muito atraente, desde a imensa duração até temática religiosa, apesar de seu realizador ter feito trabalhos notáveis ​​com essa temática. Eu não tinha muita fé nele em particular, mas com o tempo fui achando cada vez mais comovente e se tornou um dos filmes favoritos de Martin Scorsese. Esse filme é Silêncio.

    Silêncio
    Silêncio
    Data de lançamento 9 de março de 2017 | 2h 42min
    Criador(es): Martin Scorsese
    Com Andrew Garfield, Adam Driver, Liam Neeson
    Imprensa
    3,8
    Usuários
    4,1
    Adorocinema
    4,0

    O diretor ítalo-americano retorna aos temas que envolvem a fé católica, mas desta vez em um cenário completamente diferente. Ele também colabora com grandes jovens atores como Andrew Garfield e Adam Driver, além de trabalhar novamente com Liam Neeson.

    A história é narrada durante a segunda metade do século XVII. Sebastião Rodrigues e Francisco Garrpe são dois padres jesuítas portugueses que são obrigados a viajar para o Japão para encontrar o seu mentor, Cristóvão Ferreira. Há rumores de que Ferreira renunciou publicamente sua fé , depois de ser perseguido e torturado por isso por forças autoritárias.

    Em busca desse missionário, os dois padres vão vivenciar a tortura e a violência com que os japoneses recebem os cristãos. No país, a prática do catolicismo não é permitida, então quem segue a crença precisa viver na clandestinidade. Os missionários jesuítas testemunham a violenta perseguição a que são submetidos os cristãos japoneses, que vivem em um regime ditatorial que visa eliminar qualquer influência ocidental no país.

    Scorsese é um daqueles diretores que em seu passado chegou a pensar em seguir o caminho da fé e se dedicar ao sacerdócio, mas por motivos diversos acabou escolhendo o cinema e a arte de contar histórias. Mesmo assim, questões religiosas, crença e a relação com Deus, de uma forma ou de outra, são temas constantes em sua filmografia, e em filmes como Silêncio ele as deixa mais explícitas.

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    SILÊNCIO: A TENTAÇÃO DE SER JUDAS

    Não é necessário ser uma pessoa religiosa para achar fascinantes filmes em que os diretores tentam desvendar sua espiritualidade e querem explorar nossa conexão com uma figura divina superior. O Silêncio é interessante por esse motivo, porque você pode ver que Scorsese está tentando resolver suas próprias dúvidas sobre sua fé através de uma história de resiliência e tentação de se tornar um Judas (uma figura muito presente em seu cinema).

    É um filme denso, pois trata de questões muito profundas e complexas desde a parcimônia e contemplação, até a introspecção. Mas não é um filme muito pesado, mesmo com sua duração próxima a três horas, pois Scorsese oferece uma direção primorosa com muita influência do cinema japonês que desenvolve maravilhosamente a jornada do personagem de Garfield. Foi um notório fracasso de bilheteria, mas é possível encontrar nele um filme extraordinário ao qual podemos retornar diversas vezes.

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