Pânico de Wes Craven foi lançado em 1996 e representou uma importante renovação para o slasher nos anos 90, subgênero do terror que, à essa altura do campeonato, estava em saturação por causa das incansáveis sequências de franquias populares, como Halloween, A Hora do Pesadelo e Sexta-Feira 13. O sucesso do filme rendeu as sequências Pânico 2 (1997), Pânico 3 (2000), Pânico 4 (2011) e, mais recentemente, uma nova fase para o Ghostface em Pânico (2022) e Pânico 6, em exibição nos cinemas.
Mas por que Pânico faz tanto sucesso até hoje? Analisando isso, listamos alguns motivos para a franquia de terror ser tão popular até os dias de hoje, rendendo mais sequências.
Ghostface e sua identidade misteriosa
As principais franquias de terror em Hollywood são marcadas por vilões icônicos da cultura pop, como é o caso de Freddy Krueger, Michael Myers, Jason Voorhees e Leatherface. Em Pânico não é diferente, com a presença de Ghostface – que apresenta algumas características peculiares que são importantes para a narrativa e trama de seus filmes.
Para começar, o Ghostface não se trata de uma pessoa específica, mas diferentes personalidades que assumem a máscara do assassino nas sequências – na maioria dos filmes, por sinal, mais de uma pessoa assume a identidade para cometer os assassinatos. Naturalmente, esse elemento misterioso desperta o interesse do público, com o aspecto whodunit da trama para que o espectador tente descobrir quem é o novo Ghostface.
Metalinguagem com os filmes de terror
Outra característica que é muito marcante e própria da franquia Pânico é sua metalinguagem, que foi um elemento principal para sua influência na renovação do slasher durante os anos 90. Quem assistiu qualquer um dos filmes está familiarizado que eles brincam e referenciam a todo momento as convenções e fórmulas estabelecidas pelas produções de terror, além de ser autoconsciente com suas próprias decisões narrativas e buscando subverter (ou se aproveitar) as expectativas e regras conhecidas pelo público.
Wes Craven se aproveitou muito bem da metalinguagem em O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger (1994) e então levou isso mais além para a franquia Pânico com a ajuda fundamental do roteirista Kevin Williamson. Esses aspectos tornam os filmes da franquia divertidos para o público, especialmente aos fãs de terror pelas referências.
Pânico se aproveita (e brinca) da nostalgia
Nostalgia é um elemento bastante utilizado pela franquia e isso fica claro quando olhamos para o quinto filme lançado em 2022, uma sequência-legado do primeiro filme de 1994, estabelecendo novos personagens ao lado de rostos queridos que acompanhamos ao longo de vários filmes, como é o caso de Dewey Riley (David Arquette), Sidney Prescott (Neve Campbell) e Gale Weathers (Courteney Cox). Desta forma, Pânico também surfa na onda da nostalgia, presente em tantas outras franquias atuais, e brinca com isso.
Por causa da metalinguagem característica em seus roteiros, Pânico usa bastante a nostalgia em seu legado de filmes e personagens originais, assim como de outras produções clássicas do terror, para subverter expectativas criadas pelos seus fãs.
Pânico 6 é o novo capítulo da franquia e está em exibição nos cinemas. Depois das últimas mortes provocadas pelo Ghostface em Woodsboro, os quatro sobreviventes – Sam (Melissa Barrera), Tara (Jenna Ortega), Mindy (Jasmin Savoy Brown) e Chad (Mason Gooding) – resolveram deixar a cidade e se mudar para Nova York na tentativa de começar uma nova vida, deixando para trás suas experiências traumáticas. Mas isso não vai acontecer tão facilmente, pois o assassino mascarado está de volta mais uma vez e com novos truques.