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    O filme de ficção científica que custou uma fortuna, mas foi considerado um dos piores já feitos: Críticas e Framboesa de Ouro contra um grande cineasta
    Nathalia Jesus
    Nathalia Jesus
    -Redatora e crítica
    Jornalista apaixonada por cinema, televisão e reality show duvidoso. Grande entusiasta de dramas coreanos e tudo o que tiver o dedo de Phoebe Waller-Bridge.

    O longa-metragem fazia parte dos planos de uma saga de três filmes que, obviamente, nunca se concretizou.

    Quando M. Night Shyamalan lançou O Sexto Sentido em 1999, o então muito jovem diretor que acabara de começar no ramo tornou-se uma das figuras mais promissoras de Hollywood da noite para o dia. O cineasta não tinha nem 30 anos na época e, antes disso, tinha feito dois longas: seu primeiro, Praying with Anger, um filme autobiográfico lançado em 1992 e a comédia Olhos Abertos em 1998.

    Protagonizado por Bruce Willis, naquela que é considerada uma das melhores obras de sua carreira, O Sexto Sentido era a história de um terapeuta infantil e seu jovem paciente, um menino interpretado por Haley Joel Osment que "às vezes via gente morta". O filme, que foi indicado a vários Oscars, arrebatou as bilheterias e colocou Shyamalan no mapa da indústria cinematográfica, continua sendo lembrado pelo que foi sem dúvida uma das maiores reviravoltas na história do cinema até a data.

    Após o sucesso de O Sexto Sentido, Shyamalan, que passou a ser chamado de "o novo Spielberg", lançaria com sucesso seus filmes seguintes — Corpo Fechado (2000) e Sinais (2002) —, mas logo após, após descartar aquele que teria sido seu próximo filme por falta de convicção pessoal em seu próprio projeto, o cineasta encadeou uma série de fracassos consecutivos.

    O Sexto Sentido
    O Sexto Sentido
    Data de lançamento 22 de outubro de 1999 | 1h 47min
    Criador(es): M. Night Shyamalan
    Com Bruce Willis, Haley Joel Osment, Toni Collette
    Usuários
    4,6
    Assista agora no Disney +

    O primeiro foi A Dama na Água em 2006, ao qual se seguiria Fim dos Tempos (2008), que começava com uma premissa poderosíssima que parecia ter tudo para dar certo, mas foi profundamente decepcionante; e O Último Mestre do Ar, de 2010, que acabou sendo um fracasso monumental apesar de ser, de longe, o longa-metragem de maior orçamento de todos os tempos em toda a sua carreira.

    Em 2013, um último filme, Depois da Terra, viria somar à maré ruim antes da boa nova etapa que começaria com A Visita em 2015, mas foi, sem dúvida, O Último Mestre do Ar que fez Shyamalan bater no fundo do poço.

    A produção é um filme de ficção científica e aventura de fantasia que segue os passos de Aang, um jovem Avatar em uma missão para controlar os quatro elementos — ar, água, fogo e terra — para restaurar o equilíbrio do mundo e, finalmente, acabar com a guerra iniciada pela Nação do Fogo para conquistar tudo.

    Para produzi-lo, Shyamalan, que planejou não um longa, mas uma saga de três, teve um orçamento de 150 milhões de dólares. No entanto, mais dinheiro não se traduziu em melhores resultados. Com mais de 300 milhões de dólares arrecadados, pode-se dizer que o filme foi um sucesso comercial, mas, criticamente, o filme recebeu alguns golpes como raramente vimos na carreira de Shyamalan (e de qualquer outra pessoa).

    O Último Mestre do Ar
    O Último Mestre do Ar
    Data de lançamento 20 de agosto de 2010 | 1h 43min
    Criador(es): M. Night Shyamalan
    Com Noah Ringer, Dev Patel, Nicola Peltz Beckham
    Usuários
    2,9
    Adorocinema
    1,5
    Assistir em streaming

    Tudo nele foi alvo de críticas negativas: desde seu roteiro, direção e enredo, até o resultado dos efeitos especiais e da técnica 3D, passando pelas atuações de seus intérpretes e quase qualquer outro aspecto que pudesse ser valorizado. Além disso, antes de sua estreia, o filme havia sido criticado por branqueamento, por ter contratado um elenco de atores brancos para entrar na pele de personagens originalmente de origem asiática.

    O filme de ficção científica foi considerado o pior de 2010, levando a Fambroesa de Ouro de Pior Filme, Pior Diretor, Pior Roteiro, Pior (mau) uso de 3D e Pior Ator para um de seus protagonistas, o ator de Crepúsculo, Jackson Rathbone. "É tão escandalosamente ruim que é uma maravilha ter feito isso na câmera" ou "É o pior filme de 2010. É muito perturbador considerar que poderia haver algo ainda mais horrível por aí" são apenas alguns das sutilezas que foram escritas sobre a produção.

    Mesmo 13 anos depois, O Último Mestre do Ar ainda é considerado um dos piores filmes já produzidos e se fixa naqueles tops em que nenhum cineasta gostaria de ver seu próprio trabalho.

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