Em agosto de 2022, o público brasileiro, em especial os fãs de terror, foi apresentado a X: A Marca da Morte, um filme que reintroduziu frescor a um gênero considerado por muitos, saturado. Com um elenco promissor, o longa foi marcado pela atuação de Mia Goth, uma das grandes queridas de Hollywood da atualidade. Menos de um ano depois, os cinemas locais poderão presenciar um novo recital da atriz; ainda sob a mesma franquia, mas agora, através de uma prequela: Pearl.
Com estreia marcada para esta quinta-feira (9) no Brasil, Pearl nos apresenta mais um capítulo do universo de X, assinado pela mente distorcida do diretor Ti West. Nele, o ano é 1918, e a jovem Pearl (Goth) está obcecada por se tornar famosa. Presa na fazenda isolada da família, ela se vê obrigada a cuidar de um pai adoecido e viver sob a vigilância constante de uma amarga e autoritária mãe. Desejando uma vida glamourosa como viu nos filmes, a moça vê suas ambições, tentações e repressões entrarem em conflito, passando a ir até às últimas consequências para assim conseguir realizar seu grande sonho: tornar-se uma estrela.
Na semana passada, o AdoroCinema teve a oportunidade de conversar com a grande protagonista do longa-metragem, Mia Goth, abordando assuntos como suas personagens, filmes favoritos e também o olhar enviesado da indústria em relação ao terror. De maneira firme - mas ainda simpática - a atriz não poupou palavras ao criticar o Oscar, por muitos conhecido como uma premiação que costuma ignorar determinados gêneros cinematográficos.
“Acho que o preconceito [com o terror] vem de um grupo muito seleto de pessoas no topo de algum tipo de sistema. Eu realmente não sei a maneira como isso funciona, para ser honesto com você, mas sim, acho que é um grupo muito pequeno de pessoas que, de certa forma, tem as chaves e são os porteiros; e são eles que determinam o que é considerado aceitável e o que não é. E, você sabe, é uma pena realmente, porque todos esses tipos de programas de premiação estão lutando com a audiência. Acho que seria benéfico se incluíssem filmes que ressoassem mais com o público, pois lhes daria uma nova vida”, colocou Mia.
A fala da britânica de família brasileira (isso mesmo, ela é neta da atriz Maria Gladys) vai de encontro a uma expectativa que muitos tinham, de Pearl ter sido indicado a alguma categoria do Oscar. Após seu lançamento, em setembro do ano passado, nos Estados Unidos, especulações davam conta de que a produção poderia estar presente na cerimonia - principalmente, após um dos mestres do suspense, Martin Scorsese, tecer grandes elogios à obra, afirmando ter ficado perturbado ao vê-la.
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Para quem não sabe, três semanas após rodar X, Mia e uma parte da equipe logo rumaram para as gravações de Pearl, contribuindo para o pequeno intervalo de lançamento entre os dois longas-metragens. Desta forma, após ser perguntada sobre o movimento de emendar uma gravação em outra, a atriz prontamente respondeu:
“Filmar Pearl foi como uma extensão natural de X. Em X, parecia que eu estava me entendendo. Filmar X parecia um exercício. Parecia que eu estava me aquecendo, de modo que, quando Pearl chegou, eu conhecia o set muito bem. Eu conhecia a equipe que nós estávamos trabalhando. Realmente parecia minha casa, e ter esse nível de conforto é um presente como artista, porque você não tem como fazer um bom trabalho se estiver assustado. Gasta-se um bom tempo na preparação para um filme e, graças a X, eu não precisei passar por isso em Pearl.”
Figura marcada no horror, além dos filmes já citados, Goth também estrelou títulos como Suspíria - A Dança do Medo e A Cura. Nos próximos anos, ela tem pela frente Infinity Pool e MaXXXine (mais uma produção do universo X). Assim, quando naturalmente questionada a respeito de sua obra de terror favorita, sem pestanejar, revelou: O Iluminado.
“Um dos meus favoritos de todos os tempos é O Iluminado. Eu amo esse filme. Eu amo a Shelley Duvall nele. E Jack Nicholson. Eu o acho realmente perfeito”, finalizou.
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