No último domingo, a cidade de Los Angeles, Estados Unidos, foi palco de mais uma edição do Grammy Awards. A 65ª edição da honraria que escolhe as melhores gravações, composições e artistas da temporada, foi recheada de interessantes momentos para a indústria fonográfica.
Enquanto Beyoncé se tornou a artista com mais vitórias na história da premiação, com 32 gramofones de ouro, Viola Davis conquistou uma marcante vitória no evento, tornando-se o que as pessoas descrevem como EGOT.
O que seria EGOT?
EGOT nada mais é do que o acrônimo cunhado por Philip Michael Thomas para elencar artistas que conquistaram os principais prêmios da indústria cultural, com foco a diferentes meios: Emmy, Grammy, Oscar e Tony. A estrela de Hollywood, que tem sua carreira voltada para o cinema e para a TV, estava concorrendo na categoria de Melhor Livro de Áudio, Narração e Gravação de Contação de Histórias por sua biografia "Em Busca de Mim". Ela é a verdadeira “kinga”!
“Escrevi este livro para homenagear Viola, de 6 anos”, disse ao receber o prêmio que disputava com Questlove, Mel Brooks, Jamie Foxx e Lin-Manuel Miranda. “Para honrar sua vida, sua alegria, seus traumas, tudo. E foi uma jornada e tanto – eu simplesmente me tornei EGOT!"
Em todo o planeta, existem apenas 18 pessoas que conquistaram o EGOT, incluindo a protagonista de A Mulher Rei. São eles: Richard Rodgers, Marvin Hamlisch, Jonathan Tunick, Helen Hayes, Rita Moreno, John Gielgud, Audrey Hepburn, Mel Brooks, Mike Nichols, Whoopi Goldberg, Scott Rudin, Robert Lopez, John Legend, Alan Menken , Tim Rice, Andrew Lloyd Webber e Jennifer Hudson, que conquistou o status no ano passado ao ser coroada no Tony Awards.
Além desses, outros cinco artistas receberam os quatro prêmios, porém pelo menos um deles em categoria não-competitiva (como, por exemplo, prêmios honorários ou especiais). São eles: Barbra Streisand, Liza Minnelli, James Earl Jones, Harry Belafonte e Quincy Jones.
Emmy
Viola Davis já recebeu cinco indicações ao Emmy, todas por sua performance como Annalise Keating, protagonista de How To Get Away With Murder. Conquistou a estatueta em 2015, como Melhor Atriz de Drama da edição. Ela foi a primeira mulher negra a vencer na categoria.
Na ocasião, seu potente discurso ficou famoso por embalar não apenas o agradecimento pela vitória, mas também pontuar a discrepância da indústria com relação a pessoas negras, sobretudo mulheres.
"A única coisa que diferencia as mulheres negras de qualquer outra pessoa é a oportunidade", declarou. "Na minha mente, eu vejo uma linha. E, sobre essa linha, eu vejo campos verdes, flores lindas e belas mulheres brancas com seus braços esticados para fora sobre essa linha. Mas eu não consigo chegar lá, não sei o motivo. Eu não consigo superar essa linha. Harriet Tubman disse isso em 1800", disse.
"E deixe-me dizer, a única coisa que separa as mulheres negras de qualquer outra pessoa é oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem."
Oscar
Quatro vezes indicada ao Oscar, duas na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante e duas na categoria de Melhor Atriz, Viola Davis é uma das mulheres pretas com mais nomeações na Academia.
Os projetos que lhe concederam os destaques na premiação foram estes: Dúvida (2008), Histórias Cruzadas (2011), A Voz Suprema do Blues (2021) e Um Limite entre Nós (2016), na qual saiu vitoriosa.
Tony
Suas vitórias no teatro foram as primeiras de grande destaque. Em 2001, Viola conquistou seu primeiro Tony Awards por "King Hedley II", peça de August Wilson que investiga e examina a vida afro-americana nos Estados Unidos durante o século XX. Posteriormente, em 2010, venceu por Um Limite Entre Nós, com o mesmo papel que viria a conquistar o Oscar anos depois.