Vencedor do Emmy pelo papel de Kendall Roy na série Succession, Jeremy Strong teve seu método de atuação comentado publicamente por seus colegas de trabalho da produção da HBO: em 2021, Brian Cox e Kieran Culkin (Logan e Roman, na série) disseram que se preocupam com as “crises e a bolha em que Jeremy se coloca” para compor seu personagem. Neste ano, Jeremy é uma das estrelas de Armageddon Time, longa que estreou no Festival de Cannes e tem produção assinada pelo brasileiro Rodrigo Teixeira.
Em entrevista ao AdoroCinema, o produtor relembrou o trabalho ao lado de Jeremy Strong no set de Armageddon Time e elogiou o desempenho do ator. “Ele se fecha nesse método para entregar o melhor trabalho. As pessoas deveriam se preocupar com a entrega, não com o método dele - e ele é genial. A gente tem que respeitar isso”, disse Teixeira. O longa, que já chegou aos cinemas brasileiros, se baseia na vida do diretor James Gray, com que o produtor já havia trabalhado antes em Ad Astra (2019), estrelado por Brad Pitt.
O “método” de Jeremy Strong, citado pela primeira vez em um perfil do ator publicado pela revista The New Yorker, não é uma novidade em Hollywood: trata-se de uma forma de trabalho em que o artista procura mergulhar o máximo possível em seu personagem e, em alguns casos, não sai dele até o final. Jared Leto, por exemplo, é um dos nomes que mais têm aparecido, recentemente, associado a este método. A “polêmica” ao redor do tema, em geral, vem dos parceiros de cena: “Talvez seja algo que ajude ele, mas posso garantir que não me ajuda (...) Ele se coloca em uma bolha”, afirmou Kieran Culkin sobre Jeremy Strong.
Durante a produção de seu novo filme, segundo Rodrigo Teixeira, não houve problema algum. “Ele não é grosseiro com ninguém. É educado e simpático, mas fica na dele (...) Jeremy ganhou prestígio em Succession e é reconhecido em qualquer lugar do mundo. É um ator com quem ainda quero trabalhar muito no futuro. E não como coadjuvante, mas como ator principal. Ele já chegou lá”, ressaltou.
Armageddon Time: Filme com Anne Hathaway e Jeremy Strong se baseia em história real
O longa acompanha a história de Paul Graff (Banks Repeta), um garoto da sexta série que quer ser um artista famoso, mas, um pouco rebelde e distraído demais na escola, acaba entrando na mira de um dos professores. É quando se aproxima de Johnny (Jaylin Webb), colega de classe com quem divide muitas semelhanças, mas também uma diferença que guia a relação entre eles: Johnny é uma das poucas crianças negras da escola.
A amizade entre os dois é o ponto central de uma história de amadurecimento em meio à classe média norte-americana a partir da década de 1970. Paul vive com os pais, interpretados por Anne Hathaway e Jeremy Strong, e com o avô, vivido por Anthony Hopkins - este último é quem acaba desenvolvendo uma relação de maior sensibilidade com o menino.