Em 2017, Harvey Weinstein foi acusado de assédio e estupro por mais de 100 mulheres. Três anos depois, foi condenado a 23 anos de prisão após passar por um julgamento em Nova York. Já em Los Angeles, o ex-produtor enfrenta 11 acusações de estupro e pode ficar atrás das grades até 140 anos.
O atual julgamento será decisivo para mantê-lo ou não na cadeia pelo resto da vida e, por isso, a juíza do caso, Lisa B. Lench, pediu para que o juri não consumisse ou lesse nenhuma reportagem ou documentário sobre o crime de Harvey Weinstein.
Nesta sexta-feira (28), a juíza fez o pedido antes de deixar o tribunal, falando especificamente sobre o trailer de She Said, o novo filme da Universal Pictures sobre as duas jornalistas Jodi Kantor e Megan Twohey, que divulgaram os relatos que culminaram na queda da carreira de Weinstein e no movimento feminista #MeToo.
She Said é baseado no livro das repórteres do New York Times, que narra investigação bombástica sobre o padrão de assédio e agressão sexual de Weinstein. Zoe Kazan e Carey Mulligan interpretam as duas jornalistas no filme, acompanhadas por um elenco formado por Samantha Morton e Andre Braugher.
O longa-metragem chega aos cinemas norte-americanos em 18 de novembro e é uma das produções que estão no radar para as nomeações do Oscar 2023.
Advogados de Weinstein tentaram adiar o julgamento
She Said já tinha sido mencionado no julgamento de Harvey Weinstein anteriormente. Quando o processo criminal estava prestes a começar a ser discutido no tribunal, o filme já tinha sido anunciado. Assim, o advogado do ex-produtor, Mark Werksman, tentou adiar as audiências para evitar publicidade em torno do filme.
Segundo o advogado, as mídias sobre She Said causaria influência na opinião pública e “prejudicaria drasticamente a capacidade de obter um julgamento justo”. Em agosto, no entanto, a juíza Lench negou o pedido, afirmando que teriam que lidar com isso.