A facilidade que o mago Alfred Hitchcock tem em pegar situações simples, cenários mais simplistas ainda, e transformá-los em um antro de medo e tensão é algo indiscutível. Um dom que fomos presenteados de diversas formas de clássicos como Psicose, Um Corpo que Cai, Disque M para Matar, Festim Diabólico e Janela Indiscreta, o filme-tema desta matéria a seguir.
Filmado entre Novembro de 1953 e Janeiro de 1954, a história gira em torno de um jornalista chamado Jeff, interpretado por James Stewart, que está de ‘molho’ em sua casa, depois de quebrar a perna arriscando-se na produção de uma matéria. Como não tem nada para fazer durante o dia, ele passa a espiar o cotidiano de seus vizinhos, até que desconfia que um deles tenha matado a própria esposa e tenta provar isso para sua mulher e um amigo detetive.
Um enorme cenário foi construído nos estúdios da Paramount, contendo 31 janelas para o filme ser ambientado. Ele começa um pouco devagar justamente para apresentar aos telespectadores essa enorme vizinhança artificial, e isso não cai ao gosto de algumas pessoas, inclusive não caiu no meu, apesar de ser totalmente necessário para o entendimento do que está acontecendo ao redor.
O filme tem seu suspense apresentado de maneira crescente, a partir do momento da suspeita já citada. Uma coisa que achei bastante legal foi o modo com que tudo foi apresentado, nos colocando na mesma perspectiva do personagem, descobrindo as coisas com ele, nos levando a querer bisbilhotar o que acontece em volta também. No final já nos vemos em meio a situações que nos deixarão apreensivos e envolvidos completamente na trama, graças ao roteiro firme e bem estruturado.
Mas não é só de um roteiro excelente que o filme se vangloria. As atuações de James e Grace Kelly estão magníficas, contribuindo bastante para o clima proposto. Até mesmo o gênio Hitchcock faz sua aparição habitual (e discreta) ao consertar um relógio em um dos apartamentos. A fotografia, que começa com tomadas calmas e distantes, também evolui para um ponto dramático e com planos fechados, ou seja, tudo está em uma perfeita sincronia para a obra prima final.
Uma obra-prima do gênio Alfred Hitchcock. Apesar de eu ainda preferir Um Corpo que Cai e Psicose, aconselho esse para aqueles que querem cair de cabeça em uma trama simples, porém envolvente e cheia de mistérios. Rodado todo no mesmo lugar e com um início tranqüilo demais, não deve agradar a todos os gostos, mas quem gosta de um bom suspense cairá de cabeça nessa lição de como se fazer um filme que Hitchcock nos deu de graça com “Janela Indiscreta”.
É um dos grandes filmes do mestre do suspense, e é também um dos meus favoritos dele. É uma aula de cinema. Indispensável na lista daqueles que curtem um grande filme de suspense.
É realmente incrível. Uma história incrível, Grace Kelly e James Stewart em grandes interpretações. Mas apesar disso a grande estrela do filme é Alfred Hitchcock, o melhor diretor de todos os tempos. Um dos melhores filmes da história do cinema