Não gosto de filmes sobre matadores profissionais, principalmente aqueles que mostram que a polícia é bem pior que os bandidos - nós já temos o noticiário. Mas eu também sempre sou fisgado por aquele filme que tá passando agora na tevê, e fico vendo uma parte com o dedo suspenso sobre o botão do controle - até atirá-lo longe e ver o filme até o final. E isso já aconteceu várias vezes. O Profissional, uma trama simples mas tensa (copiada ad nauseam em vários filmes; O Profissional é de 1994) , conta a história de uma órfã de 12 anos cuja família (se é que um pai traficante que vive a espancá-la, uma madrasta má e uma meia-irmã igualmente cruel se pode chamar de família) toda é morta por policiais bandidos liderados pelo psicopata Stansfield (Gary Oldman num de seus melhores papéis. Aliás, neste filme, o elenco principal está afinadíssimo e os co-coadjuvantes também, com destaque para Natalie Portman, aos 11, em início de carreira, e Jean Reno, fazendo o papel do bronco por fora mas sensível por dentro. | Os festivais de cinema e as premiações deviam laurear o filme com melhor elenco, similar à nota de evolução no carnaval. Acho injusto premiar o melhor ator ou coadjuvante e não também o elenco). Única sobrevivente da chacina, Mathilda (Portman) é adotada meio que a contragosto pelo assassino profissional Leon. A partir daí a trama centra-se toda na relação dos dois, ora como que de pai pra filha, ora como Lolita e seu padrasto-amante, ora como assassino e aprendiz, sem se definir por nenhuma, ficando a poucos passos de cada uma. Sendo um filme de Luc Besson, não podia ter só violência gratuita. Há angústia, nuances, questões existenciais, tudo isso misturado a tiros e explosões espetaculares, contextualizados. Ótimo filme!