Um Dia Sem Mexicanos: Críticas

"UM DIA SEM MEXICANOS", de Sergio Arau, está em cartaz no Cine Arte Posto 4. Eis um documentário com pretensões de ser cômico que não diz ao que veio. Todos sabem da influência e da importância da comunidade latina na costa oeste dos EUA, particularmente na California. O diretor parece professor de cursinho pré-vestibular: quer informar e ser hilário ao mesmo tempo. Por exemplo, coloca na tela que os latinos vêm de mais de 40 países, que não podem ser sinônimo de mexicanos (confusão que costuma ocorrer entre os norte-americanos WASP - branco, anglo-saxão e protestante). À maneira de "TIROS EM COLUMBINE", só que de maneira pífia, o diretor Sergio Arau tenta fazer um painel da população de origem mexicana: imigrantes filhos de primeira geração que já estão totalmente enraizados junto à cultura do "american way of life"; imigrantes ilegais que aceitam fazer qualquer trabalho por um preço muito mais baixo; o roqueiro mexicano casado com uma americana loira; o apresentador dos programas de previsão do tempo casado com uma repórter americana. Eis que repentinamente todos mexicanos desaparecem. A economia da california entra em crise com a ausência dos latinos que são retratados como o arauto da economia do país do Tio Sam. A cena dos policiais norte-americanos responsáveis pela vigilância da fronteira entre os EUA e o México fazendo festa e carregando os mexicanos nas costas é grotesca. Tudo ao som de "California dreaming" e com as paisagens naturais de Los Angeles (as freeways, Hollywood, Tijuana, etc). Humor didático não costuma funcionar. "UM DIA SEM MEXICANOS" é um exemplo tácito deste aforisma.