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Antonio R
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51 críticas
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5,0
Enviada em 6 de fevereiro de 2014
Os Deuses Malditos (The Damned, 1969). Um filme extraordinário! Em minha opinião o melhor de Luchino Visconti. Na Alemanha em 1933, de violência em violência, o nazismo com Hitler ainda como chanceler inicia a sua arrancada rumo ao poder total. Esta ascensão afeta o rumo dos negócios de uma família dona de uma grande indústria de fundição. O problema era que tal indústria era vital para o nazismo em face dela atuar na fabricação de armamentos. O chefão da indústria barão Joachim Von Essenbeck temeroso da força deste novo poder, nomeia um líder nazista para vice presidente da fundição. Tal ato provoca uma enorme crise na família que acaba esfacelada. Visconti conduz a narrativa de forma eficaz, provocando um enorme impacto e arrancando grandes interpretações do elenco brilhante. Vale destacar Dirk Bogarde vivendo o ambicioso Friedrich Bruckmann, Helmut Berger como Martin Von Essenbeck além da brasileira Florinda Bolkan. Impressionante a cena em que Helmut Berger aparece travestido de Marlene Dietrich. Maurice Jarre sublinha a narrativa com uma trilha sonora dramática. Imperdível para quem quer conhecer o início do domínio nazista na Alemanha.
"Os deuses malditos" é uma obra-prima! Um soco no estômago, também. A gente acompanha de perto a desestruturação de uma família de industriais alemães, de mofo a torná-la obediente ao nazismo. O mais arrepiante e tenebroso é perceber como o nazismo encarna uma certa pulsão pelo ódio e pela morte. Eles se consideram deuses onipotentes totalmente livres de quaisquer restrições e que não se detém diante de nada! Essa "liberdade" de expressão e de execução (ao pé da letra!) nos remete a episódios recentes da política no Brasil e no mundo - é aterrorizante perceber isto! Interessante notar como essa "onipotência" da ideologia nazista está vinculada ao progresso da técnica, ao progresso da revolução industrial. É como uma embriaguez. O ser humano se igualaria ao Criador, Senhor da vida e da morte. A terrível consequência imediata foi o enquadramento da morte em cadeia produtiva! O assassinato "industrial" (em fornos) de grupos ou pessoas indesejáveis, como judeus, ciganos etc. O filme de Visconti nos faz viver o preâmbulo de tudo isto.
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