Brian De Palma tem um tom único para seus filmes de suspense, e “Carlitos Way” não é diferente, com um suspense característico de um filme de suspense alienado a um bom roteiro e bom ritmo, Brian já era um cara experiente a já havia dirigido seus maiores clássicos quando assumiu a direção deste Longa, e percebe-se seu toque e seu tom no filme. Temos um roteiro que conta o final, e depois mostra a historia, é um recurso interessante, e é aplicado envolto de muitas técnicas, como a mescla de PB com colorido, a ondulação da câmera e a narração, é um momento quase a parte do do filme, após este momento vemos de fato a trajetória de Carlito 'Charlie' Brigante (Al Pacino), o gangster que é tirado da cadeia, volta as ruas, e tudo que quer é a redenção e viver o resto da sua vida longe das ruas com sua amada, mas acaba envolto nos problemas de seu amigo e advogado David Kleinfeld (Sean Penn). “Carlitos Way” é um filme que fala sobre redenção, Carlitos realmente está tentando mudar e acredita que pode mudar, até chegar no ponto, em que ele aceita seu destino, é uma historia de amor lírica que tem como plano de fundo a máfia, assassinatos, trafico e crimes, vemos o amor a amizade, lealdade e a pessoa especial, e como funciona a relação entre as mesmas, é uma historia interessante e muito bem adaptada. Mesmo muitas vezes usando recursos ex-maquina, Brian segura e amarra seu roteiro de maneira convincente dando um aspecto a Carlito de um Tony Montana misturado a Eliot Ness. Brian de palma é um cara muito apurado na técnica de seus filmes, ele sabe trabalhar a câmera muito bem, e aqui não é diferente, ele faz do telespectador um cumplice, temos uma câmera pouco usada em tripé, que passeia, dá cambalhota da zoom, abre o quadro e principalmente, sempre está no lugar certo nos momentos de tensão, mesmo alguns planos do filme serem bem simples, no aspecto direção, Brian não erra, o filme em alguns momentos lembra o ótimo “Scarface”, talvez pelas cenas de boate, mas a fotografia, ela é diferente, é mais cinza e mais suburbana, alinhada a uma trilha pontual que puxa sempre pra um suspense. Al Pacino e sua barba preenchem a tela sempre, mesmo que sua atuação não seja brilhante, Al Pacino tem uma imponência magistral, é impossível tirar os olhos dele e não se sentir intimidade pelo seu personagem, Sean Penn também está muito bem em seus momentos, primeiramente um centrado advogado e depois um gangster que odeia gângsters, Penelope Ann e sua beleza quase angelical também está maravilhosa, e contrasta até fisicamente com o personagem de Carlito fazendo o telespectador se apegar mais ao casal naquele ar de “Amor Proibido”. “Carlitos Way” está entre os melhores trabalhos de Brian De Palma pela sua sutiliza e porque consegue manter uma pegada e levar até o final sem deixar o filme ficar tosco ou chato.