Um dos mais histéricos filmes de Pedro Almodóvar, dramalhão sobre uma mulher e sua tensa atitude com toda sua vida, que acontece na tela ao longo do filme, é uma das produções mais chatas de
Almodóvar sem medo de ser infiel ao grande diretor espanhol.
Uma chatice histérica reclamona, que onde para alguns traz brilho e polidez ao estilo de enredo, posicionamento de câmera, elenco e todo o blá-blá-blá convencional quando se comenta um filme do naipe do diretor, confesso que bocejei mais de uma vez durante o filme. Falta brio, aquele brilho como o da fada azul ao entrar no quarto de Gepeto capisce?
Ao longo do filme, ficamos perdidos nos núcleos criados pelo diretor.
Ou seria um só? Aí, até eu não peguei o que o diretor quis trazer como mensagem. Aliás, qual foi o intuito de Almodóvar neste longa? Qual sua mensagem? Não sei, fiquei a ver navios da metade do filme para frente, em certo momento ele quebra uma sequência, para encaminhar o roteiro ao final, e se perde, ao mirar no horizonte seus navios, eis ali: Pedro Almodóvar e suas gaivotas!
Se a vontade foi fazer uma Ópera sobre a histeria, elencar uma grande atriz como a do naipe de Carmem Maura, na época (1988) uma das atrizes mais bem pagas e de primeiro calão espanhol, para se valer de uma choramingona personagem mi-mi-mi dramática chacrilonga dos confins diabólicos, não valeu todos os rolos usados para completar seu filme.
Não me importo que este roteiro ganhador do prestigiado Goya, Óscar, David Donattelo para Melhor Diretor Estrangeiro (ulalá!) o filme é desprezível, a não ser que você, querido leitor que me acompanha, curta um belo drama mexicano do SBT para servir de companhia na sua tarde de quarta-feira gorda.
Sendo o caso, Mulheres à beira de um Ataque de Nervos, de Pedro Almodóvar, com Carmen Maura, Antonio Banderas, Rossy de Palma e Julieta Serrano, que além de tudo, conta com um dos posters mais classudos do cinema, com seu estilo pop-art mexicano.
Para não finalizar a crônica com o pé na pá da fossa cavada para este clássico, vale dizer também que ele foi adaptado ao teatro, estrelado pela maravilhosa Marisa Orth no papel principal, sucesso de audiência. Talvez, um dos únicos roteiros de Almodóvar a irem para os palcos. Que pena ser este, na minha opinião, talvez um dos piores filmes da carreira de Almodóvar.