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Adriano Côrtes Santos
729 seguidores
811 críticas
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4,5
Enviada em 30 de novembro de 2024
Ambientado em um antigo hotel de estilo art déco, o filme segue a interação enigmática entre um homem e uma mulher misteriosa, com quem ele pode ou não ter se encontrado no ano anterior, em Marienbad. Considerado um dos filmes mais complexos e intelectualmente desafiadores da história do cinema, a obra permanece, até hoje, um enigma impenetrável. Como uma verdadeira obra-aberta, ela oferece uma gama infinita de interpretações possíveis, com cada leitura trazendo à tona novas camadas de significado.
O roteiro de Alain Robbe-Grillet é uma verdadeira obra-prima literária, enquanto a direção de Alain Resnais, com sua visão estética única, cria uma atmosfera de sonhos e surrealismo. As imagens que compõem o filme são memoráveis, refinadas e carregadas de uma elegância onírica que transita entre o real e o imaginário.
Vencedor do Leão de Ouro em Veneza e indicado ao Oscar de Melhor Roteiro, O Ano Passado em Marienbad permanece um filme incomparável, uma verdadeira referência no cinema, cuja influência e profundidade continuam insuperadas.
Delphine Seyrig era uma das grandes maravilhas do cinema na época.Ao lado do sempre ilustre Giorgio Albertazzi,conseguem fazer um belo par romântico nesse filme.Tudo é extremamente encantador,fotografia,figurino e trilha sonora.O caso mais interessante no filme,é quando os personagens principais se encontram.Já que A (Seyrig),já é uma mulher comprometida.E sempre desperta admiração em X (Giorgio).Um drama romântico que não pode passar despercebido.
A estética nouvelle vague de Resnais aliada ao nouveau roman de Robbe-Grillet impressionam neste filme. A análise da polifonia na fala de X nos deixa em dúvida se realmente a personagem A se encontrou ou não com ele no ano passado.
Difícil definir "O Ano Passado em Marienbad". Trata-se de um filme intrigante, daqueles que desde o início deixam no espectador uma dúvida sobre o que está acontecendo em cena. E é difícil também responder esta pergunta, que é revelada aos poucos, pedaço a pedaço. Neste processo o filme capta o interesse do espectador numa espécie de hipnose, que faz com que não se consiga desgrudar a atenção dele. O ritmo lento torna-se um martírio, nem tanto por ser lento mas por tornar ainda mais estranho e intrigante o filme. Fica-se com vontade de decifrar o que está acontecendo, o que vai acontecer, de alguma forma. O fascínio que o filme causa lembra um pouco "Cidade dos Sonhos", também por causa de seu final um tanto quanto aberto e abstrato. Muito bom filme, mas não recomendado aos que preferem filmes que deixam dúvidas no ar.
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