Benny e Joon - Corações em conflito, um filme que muitos não conhecem, mas que é simplesmente espetacular. Um conto sensível, que mistura humor e amor de forma muito singela. E nos mostra que as limitações e barreira, no que diz respeito a uma vida normal para pessoas com algum tipo de deficiência, estão apenas em nossa imaginação.
O filme aborda a história de uma jovem chama Juniper Pearl (que é conhecida como Joon) interpretada por Mary Stuart, que é autista, ela vive com seu irmão Benny Pearl, interpretado por Aidan Quinn, que já no início da trama, se vê em uma encruzilhada: após a morte de seus pais, ele deveria ou não internar Joon em uma clínica?
A partir desse início, o diretor Jeremiah Chechik (Diabolique) nos conduz a algumas reflexões sobre a vida de pessoas como Joon. De forma que ele nos leva a enxergar o mundo em que eles vivem de um forma totalmente diferente. Vemos ali, seus conflitos, seus objetivos, sua vocação (Joon era uma exímia pintora) o preconceito que sofrem inclusive por parte da família, nesse caso do irmão Benny, e todo o universo paralelo que cerca tais pessoas.
Mas o filme ganha e muito, com a entrada do personagem Sam, interpretado por Johnny Depp, que é um rapaz com problemas mentais, que sequer sabe ler e escrever, e é fã de Charles Chaplin, de forma que até o seu jeito de se vestir e o seu comportamento lembram o eterno Carlitos.
Após uma aposta perdida para o primo do rapaz, Benny fica responsável pelo jovem Sam, que irá passar alguns dias em sua casa. A princípio distante, Sam, começou a conquistar todos com seu carisma, e seu talento fora de série. Tudo isso acaba chamando a atenção de Joon, que passa a ver nele alguém diferente de todos que já tinha visto, alguém diferente como ela.
A partir dali, os dois iniciaram um romance, que quando descoberto por Benny, foi reprimido com violência. E é esse o ponto que é muito bem explorado no filme sobre o assunto, pois ele pensava que, por sua irmã ter uma limitação, isso a impedia de ter uma vida normal, se apaixonar... E é exatamente esse tabu que o filme se dispõe a quebrar, pois mostra que muitos dos empecilhos que Benny via nesse relacionamento, eram fruto de seu próprio preconceito.
Por fim, a trama tem um desfecho emocionante, e nos mostra que, realmente o preconceito não nos leva a enxergar a realidade.
As atuações do filme são simplesmente brilhantes, e Johnny Depp, apesar de entrar no filme bem depois dos protagonistas é quem rouba a cena, e tem uma das mais belas atuações de sua carreira, a cena da praça onde ele interpreta Chaplin, é incrível, e digna de aplausos. Mary Stuart está fantástica, e consegue nos trazer a tona a realidade vivida por pessoas com autismo, sua atuação nos traz uma dimensão dessa realidade. Aidan Quinn também está em excelente forma, e consegue passar ao espectador todos os conflitos que cercam o familiar de uma pessoas com tais problemas e as dificuldades de literalmente se virar sozinho para cuidar da irmã. Outros nomes a destacar no elenco são Julianne Moore, que tem um personagem bem interessante, onde se vê em um caso com Benny. Oliver Platt e Willian H. Macy são mais dois gabaritados presentes na trama, no caso de Platt, com um papel importante de amigo de Benny, papel que desempenha muito bem, e é um dos responsáveis por bagunçar a cabeça do rapaz, com seus conselhos, que nem sempre são os melhores, já H. Macy, tem uma pequena participação, mas já vale a pena, pois é mais um gênio integrando o filme.
Em resumo, Benny e Joon é um excelente filme, que sem dúvida alguma eu recomendo a todos aqueles que gostam de um filme emocionante, e que tem uma mensagem moral interessante.
Nota: 10