O filme, de 1999, tem direção do diretor espanhol Pedro Almodóvar que já foi reconhecido por diversos prêmios em sua carreira. No elenco, aparecem nomes como Cecilia Roth, Marisa Paredes, Candela Peña, Antonia San Juan e Penelope Cruz. Em “Todo Sobre Mi Madre”, que também tem texto de Almodóvar, são abordados diversos que temas que na época de estreia do longa, ainda não tinham tanta visibilidade como nos dias atuais. O enredo do filme me impressionou pela quebra de tabus, fazendo jus a um dos papeis da arte cênica na sociedade.
Dentre os assuntos abordados pelo filme estão principalmente a travestilidade e a AIDS. Ambos são tratados com naturalidade pelos personagens, assim como deve ser. Vê-se bastante cuidado e atenção da direção e equipe de produção no desenvolver do trabalho.
A história, porém, é linear, o que me deixa, em certos momentos, entediada. Um ápice, um grande acontecimento – além do personagem Lola – poderia contribuir para a cena, tornando o filme mais interessante. Quem lê a sinopse e assiste o trailer, não se surpreende muito com os fatos já totalmente previsíveis.
Outro aspecto que me chama atenção, como atriz em formação, é a forte presença da peça “Um Bonde Chamado Desejo” de Tennessee Willians. No universo teatral que o filme também contempla, duas frases se destacam: “quando Deus dá um talento para alguém, dá também um chicote” e “ficamos autênticos quanto mais nos tornamos o que queremos ser”, ambas falas da personagem Manoela. Na última, faço ligação imediata com o “eu autêntico”, muito defendido por Sanford Meisner, nos EUA.
Para finalizar, um último momento que se destacou na trama, pra mim, é a afirmação de Manoela para seu filho Esteban, quando ela diz que quem a emocionou na peça foi a personagem Stella e não a atriz, o que reforça a ideia de Yoshi Oida em “O Ator Inivísvel”.
“Todo Sobre Mi Madre” foi reconhecido pela crítica e recebeu prêmios como o Oscar, na categoria de melhor filme em língua estrangeira, o Globo de Ouro, na categoria de melhor filme estrangeiro, o Goya nas categorias de melhor filme, melhor direção e melhor atriz (Cecilia Roth), melhor trilha sonora, melhor direção de produção, melhor montagem e melhor som, e o Festival de Cannes, como melhor direção.