Parecia bastante improvável em Batman - O Filme (1989), que o renomado diretor Tim Burton iria conseguir combinar toda a sua bizarrice e criatividade com um dos heróis mais sombrios da DC Comics. Contudo, a fórmula conduzida por Burton funcionou perfeitamente, e aqui, em sua sequência, o diretor a repete a sua química sem falhar em muitos pontos, embora, devo dizer, que não superou o primeiro.
Na sequência de um dos filmes em live-action mais famosos do Homem-Morcego, Michael Keaton reprisa o papel do bilionário Bruce Wayne, que defende a cidade de Gotham City sob o capuz do vigilante Batman. Mesmo não sendo um dos atores mais bonitos de Hollywood, Keaton incorpora o protagonista Wayne com eficiência, tornando-se um Batman marcante, e aqui, no meu papel de fan da DC, um dos meus Batman's favoritos, que com certeza nos traz as melhores recordações nostálgicas.
Aqui o vilão da vez, vivido por Danny DeVito, é o criminoso Pinguim, que nas versões dos quadrinhos aparece frequentemente como um mafioso impiedoso, que exala medo por sua aparência e adoração bizarra por Pinguins, um nome bastante temido em Gotham. Já no longa de Tim Burton, o diretor distorce toda essa versão, e transforma Pinguim numa marionete, manipulada pelo personagem de Christopher Walken (o verdadeiro vilão do longa), e a única coisa que o Pinguim de DeVito exala é pena. Apesar disso, vê-se que o antagonista se encaixou perfeitamente no mundo de Tim Burton, com toda a sua bizarrice e aparência grotesca, e que mesmo não tendo representado vilania suficiente conseguiu causar bastante problema ao Cavaleiro das Trevas.
Ponto alto para Michelle Pfeiffer, que em seu traje de couro preto conseguiu capturar o coração de qualquer homem que assistiu ao filme. Interpretando a famosa e polêmica ladra Selina Kyle, conhecida popularmente como Mulher Gato, Pfeiffer é capaz no que faz, e nos oferece uma Mulher Gato impiedosa, cruel, sexy, sedutora, capaz de passar por cima de tudo para conseguir o que quiser, e acrescente a isso a química perfeita com Michael Keaton. As qualidades para uma Mulher Gato perfeita.
A direção do filme não me desaponta. Mesmo que Tim Burton atualmente esteja nos oferecendo longas de pouquíssima qualidade (o que o inclui na safra de diretores que já deveriam embarcar na distante aposentadoria), Batman - O Retorno, é um dos auges do diretor; nostálgico, com o qual Burton teve bastante criatividade, nos oferecendo não um Batman que queríamos, mas um que merecíamos: com primor.
O roteiro é mediano. Nem bom, nem ruim. Poderia aproveitar mais a relação de Batman a Gotham, o que o vigilante significa para a cidade. Poderia ter feito um Pinguim que representasse vilania. Fora isso, foi um filme ótimo, que sempre tive questão de acompanhar na saudosa Sessão da Tarde, uma boa despedida de Keaton e Burton a franquia.
- Nota - 7/10 -