"Pocilga", Filme do lendário diretor italiano Pier Paolo Pasolini, é acima de tudo um filme Político, e o cineasta deixa isso bem claro em sua introdução ao chamar Hittler de um "Assassino afeminado", as terminologias aqui utilizada são de um sarcasmo e um humor negro brilhante, alias, o filme todo é uma piada, pode até ser uma piada pesada, porém aqui as criticas sociais são tratadas de um aspecto único, a onde temos a dualidade de duas linhas narrativas que se seguem, uma sobre um jovem vivendo em um deserto que pratica canibalismo para se alimentar e outra de um jovem confuso com suas escolhas cujo é filho de um grande industrial alemão, o ponto aqui é exacerbar que ambas linhas vivem a beira da violência e do escarnio, ambas linhas condenam e sofrem punições por seus atos e ambas no fundo possuem o mesmo pensamento fim.
Pasolini utiliza uma narrativa de contraposição de núcleos, com um núcleo baseado em texto e outro em contemplação, ao assistir o filme pela primeira vez é comum ficarmos confusos, mas em uma segunda olhada entendemos as sutilezas criativas do roteiro de pasolini, e compreendemos, acima de tudo a qualidade do seu texto e sua importância artística, "Pocilga" não é um filme "pesado" como muitos alegam, é um filme que trabalha todo em cima de metáforas sarcásticas de críticas sociais. A direção é consistente, com uma câmera que flutua muito estilos visuais entre os dois núcleos da trama e consegue de certo modo até expor a versatilidade de Paolini, um dos grande problemas do filme para mim são dois, sem pescar as referências política, a narrativa por si só não se sustenta, é necessário entender essa alegoria primeiro, e segundo é que gostaria de sentir um pouco mais a visceralidade das ações dos personagens, como o próprio Pasolini fez em alguns de seus longas futuros. 8/10