O dinamarquês Lars von Trier é um cineasta acima da média, mesmo quando não dá um espetáculo é digno de respeito. Esse é o caso de Europa, um drama e suspense pós-guerra bastante refinado e visualmente majestoso. Alemanha, 1945. Recém-derrotados pelos Aliados, o país está destruído e o povo miserável. As tropas americanas começam a desmilitarizar o país e a capturar os colaboradores do Partido Nazista, enquanto enfrenta o ataque furtivo dos “Lobisomens”, um grupo terrorista que resiste à ocupação. No meio dessa guerra, chega Leopold Kessler (Jean-Marc Barr), um jovem idealista americano de ascendência alemã que vai trabalhar na Zentropa, a empresa ferroviária que se torna um dos pivôs da luta entre americanos e “Lobisomens”. Os dois querem tirar vantagem do jovem Kessler, que, na tentativa de manter-se neutro, põe à prova seus ideais e expõe a complexidade do problema político do pós-guerra e o choque cultural entre europeus e americanos neste grande e importante filme de Lars von Trier, um diretor sempre à frente de seu tempo. Vencedor em 1991 do Prêmio do Júri do Festival de Cannes.