Depois de uma sequência de seis ótimos, clássicos e divertidíssimos filmes do James Bond, "007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade" me surpreendeu, e não exatamente no bom sentido. Durante grande parte do filme, eu estava lutando para entender o que exatamente o filme estava tentando ser. O papel de James Bond passou do Sean Connery para o ator e modelo George Lazenby, mas a história, em alguns momentos, não parecia ter sido reiniciada e, em outros, parecia ser outra completamente diferente dos filmes anteriores.
Além disso, eu fiquei impressionado com o quão entediado eu estava durante uma boa parte do filme. Nos filmes anteriores, em momento algum eu me perguntei quanto tempo faltava para o filme terminar, pois eu estava o tempo todo entretido pela ação, pelo suspense ou pelo humor. No caso de "007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade", eu acho que uns 30 dos seus 140 minutos poderiam ter sido cortados completamente fora. E, na minha opinião, grande parte disso podia ter sido feito no primeiro ato do filme, resumindo-o. Eu acho que 20 minutos de filme já haviam se passado e eu estava me perguntando quando a trama ia realmente começar. E eu acho também que o filme podia ter terminado uns 10 ou 15 minutos antes do momento em que terminou. Eu não fui muito fã do final, não.
Quanto ao James Bond de George Lazenby, que, durante as gravações do filme, decidiu que faria o papel apenas uma vez, eu não sei exatamente como eu me senti a respeito dele. Não que a atuação tenha sido ruim, eu só acho que ele não trouxe nada novo ou único e acabou sendo bastante ofuscado pelo quão bom o Sean Connery era no papel. Além disso, Lazenby não tinha a mesma precisão de Connery no humor, nas frases de efeito e no charme. Sim, ele era bom nas cenas de luta e ação, mas era difícil vê-lo como James Bond, entende? No caso do Connery, eu não via um ator, eu via o agente 007. E com Lazenby, era difícil vê-lo como James Bond.
Tracy di Vicenzo foi, com certeza, a bond girl mais intrigante da franquia até então, mas, infelizmente, grande parte da sua presença no filme se concentra no primeiro ato do mesmo, no qual eu estava um pouco entediado. E eu achei que o filme passou tempo demais desenvolvendo a relação entre ela e Bond, o que deixou um pouco entediado, pois, no começo, parecia que esse seria um filme de romance/drama, e não de espionagem. Mesmo assim, Diana Rigg tem o que nós esperamos de uma bond girl, mas ela meio que simplesmente some durante o segundo ato inteiro do filme e volta a aparecer só no final, o que fez com que eu ficasse me perguntando por onde ela andava, entende?
E a respeito da direção de Peter R. Hunt, o filme contém umas cenas de ação muito bem executadas. O meu verdadeiro problema com o filme foi a estrutura narrativa mesmo. Eu acho que algumas sub-tramas poderia ter sido encurtadas ou cortadas completamente fora do filme, fazendo com que ele tivesse um fluxo melhor e um ritmo mais acelerado e agradável. No entanto, quando a ação aparecia, ela era imersiva e empolgante. E quando a trama de espionagem realmente começou e o James Bond começou a fazer os seus "bondismos", eu estava verdadeiramente interessado e entretido.
No final das contas, "007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade" não é ruim, eu só tive alguns problemas para entender exatamente o que o filme estava tentando ser. George Lazenby não faz o James Bond ruim, mas nem de longe tão bom quanto Sean Connery. A ação é intensa e a trama principal é interessante, mas o filme podia ter ido mais diretamente ao ponto e ser uns bons 30 minutos mais curto do que realmente é. Então, levando tudo isso em consideração, "007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade" uma nota 3 de 5.
Eu acho que esse filme exige uma revisitação, para que eu possa entender exatamente o que ele estava tentando ser e, então, poder apreciá-lo pelo o que ele realmente é.