Média
4,2
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Você assistiu Dr. Fantástico ?

20 Críticas do usuário

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Enviada em 21 de setembro de 2013
Ahhh, o humor negro e inteligente.. Uma comédia em plena Guerra Fria sobre.. Guerra Fria. Um ex-nazista (praticamente) ajudando os americanos. Uma música sobre a morte no final do filme enquanto explode uma bomba atômica. Um general enlouquecido que achar que o Flúor contido na água está controlando os americanos. Uma cena de bombardeios, mortes, tiros e tudo o que não é moralmente possível enquanto uma placa mostra um aviso "PAZ É NOSSA PROFISSÃO." É isso mesmo? Sim, é isso mesmo. Uma das maiores comédias já produzidas e só poderia ser por quem? Peter Sellers e Stanley Kubrick. Que não era ainda um grande gênio, mas sabia fazer um grandioso, criativo e divertido filme. No mais, um filme muito antigo, mas tão atual. Aviso: Comédia inteligente demais. Então não reclame se não entender, não é Zorra Total ou filmes da Rede Globo às 3 e meia da tarde.
5,0
Enviada em 9 de junho de 2013
Kubrick tem uma filmografia de filmes de gênero. Transitou por vários gêneros deixando em cada um sua contribuição. Em Dr. Fantástico temos um exemplo do gênero comédia em que você não ri de chorar, mas que no mínimo nos deixa com um sorriso no rosto o tempo todo. Ele aborda um tema sério com humor. Um tema que até condiz com uma realidade vivida hoje em que um único homem pode levar o mundo a uma guerra.
Se pensarmos, que para termos uma guerra, basta um louco ser um dirigente de um país ou que o militarismo consiga convencer seu dirigente a entrar em guerra. Neste filme Kubrick, diga-se de passagem, um dos melhores cineastas de todos os tempos, realiza com muito humor, este filme em que um general louco chamado Jack D Ripper (Sterling Hayden), nome que lembra Jack o Estripador, na época da Guerra Fria aciona um esquadrão de aviões B-52 que sobrevoam vinte e quatro horas áreas próximas a União Soviética autorizando-os a atacar com armas nucleares. No elenco ainda temos George C. Scott como Gen. Tergnison um general que sabendo da iminência da guerra fica, digamos, um pouco empolgado. Ele junto com o alto escalão de militares se junta ao presidente Merkin Muffley (Peter Sellers) na sala de guerra do Pentágono para decidirem o que fazer. Paralelo a isso Kubrick nos mostra a preparação de um dos aviões para o ataque. Kubrick teve a idéia de adaptar o livro de ficção Alerta Vermelho de Peter George, porém preferiu pegar a premissa do livro e transformá-lo em algo mais cômico, deixando o tema mais leve.
As interpretações aqui estão muito boas. A de Peter Sellers é sensacional. Ele da vida a três personagens e nos consegue mostrar cada um de forma brilhante. Ele é o presidente, ele da vida a um capitão que fica preso dentro de uma sala trancada com o general louco e ao Dr. Fantástico, um louco, aleijado, demente, nazista e que tem um problema no braço direito que é engraçadíssimo. Ele ainda ia interpretar o piloto do B-52, porém devido a ter quebrado o tornozelo não conseguiu. Ele rouba a cena e realiza umas das melhores interpretações que já vi.
Kubrick injeta um teor sexual no filme. Logo no começo vemos duas aeronaves que parecem que estão realizando um ato sexual. O próprio subtítulo (Porque deixamos de nos preocupar e passamos a amar a bomba) tem a ver com a situação do desfecho do filme. Através de cenas consegue criticar, como no começo em que vemos cartazes que dizem “paz é nossa profissão” enquanto contraditoriamente estão realizando a guerra. Há cenas que é impossível não rirmos como a que o presidente diz para não brigarem, pois eles estão na Sala de Guerra. Outra cena é o presidente falando com o alcoolizado presidente russo. Gostaria de destacar também a trilha sonora. A música no desfecho do filme não poderia ser melhor.
Enxergo uma semelhança desse filme com Glória Feita de Sangue que ele realizou, onde homens enfrentam a guerra em si e outros discutem ações a tomar em um lugar seguro. Só que neste, o diretor com um humor negro maravilhoso consegue abordar um possível fim de mundo de maneira bem humorada, porém sem deixar críticas de fora.
5,0
Enviada em 16 de janeiro de 2017
O absurdo das hierarquias e do sistema de proteção para decisões vitais para a paz mundial, junto como os militares são colocados no filme, irresponsáveis que parecem estar na corporação simplesmente pelo acaso da vida, parece ser a matéria-prima dessa excelente comédia de Stanley Kubrick (Laranja Mecânica, 2001). No entanto, não é por isso que o filme deixa de ser realista, e as cenas de combate, tanto no ar quanto na terra, são tão tensas quanto as conversas na cúpula do Pentágono.
5,0
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
...Filme muito inteligente como todos de Stanley Kubrick. Impressionante como esse diretor sempre faz obras que nos deixam a pensar e pensar, por horas depois de assistirmos, e às vezes por dias. Reflexões estas, que ele nos induz sobre a vida coletiva e social na terra e também íntimas e pessoais.
E o mais interessante é que vemos as obras de Kubrick.....sempre há alguma idéia ou contexto que não entendemos na primeira vez que assistimos, demonstranto serem objetos de estudo permanente.
Este filme Dr. Fantástico é um exemplo disso. E um filme muito corajoso, pois em pleno momento de tensão U.r.s.s. x Eua ele teve peito para filmar sobre o conflito de maneira explícita. E ao mesmo tempo, é uma obra que passa uma mensagem contra o ataque dos Eua. Pois se isso acontecesse, o mundo acabaria. É uma metáfora de medo. Quem começasse a guerra, destruiria o mundo, e certamente isso refletiu nas autoridades militares na época. Talvez até teria uma bomba como aquela, ou seria simples especulação..mas o certo é que podemos imaginar que supostamente, depois de analisar tais abstrações....Kubrick pode ter salvado a vida e a existência da Terra. Detalhe para a reunião com o membro do governo russo. Por certo Kubrick queria passar uma imagem de amizade entre Eua x U.r.s.s....coisa inimaginável e repudiada na época. Mas só com a união dos dois, a paz estaria sendo gerada, tanto que esta colaboração mútua quase resultou no fim dos ataques que estavam sendo articulados por parte dos Eua. Não fosse a sobrevivência dos tripulantes do avião que se salvou dos ataques. No fim o mundo se acaba, porém antes disso as nações inimigas por um momento alcançam um clímax de paz.
5,0
Enviada em 9 de dezembro de 2014
Kubrick fez um otimo trabalho retratando a gurra fria e nao tem como o filme nao ser bom
5,0
Enviada em 31 de agosto de 2013
Uma comedia sobre a guerra fria em plena guerra fria? só Kubrick mesmo!
5,0
Enviada em 22 de outubro de 2020
Stanley Kubrick não é tido como um dos melhores diretores do cinema à toa. Ambicioso e megalomaníaco como era, uma das principais metas do diretor era trazer, para cada gênero, a sua obra-prima definitiva. Um objetivo insano? Certamente que sim, mas a eterna busca pela perfeição de Kubrick em seus filmes o levou a obter êxito em quase todas as suas empreitadas. Neste caso, Dr. Fantástico é a contribuição do diretor para o gênero da comédia, o que não deixa de ser uma surpresa, visto que Kubrick já era visto como um sujeito mal-humorado e moralmente repulsivo por todos com quem trabalhava, ou seja, fazer rir estava bem longe de ser o forte do diretor.

Inicialmente, Dr. Fantástico seria um drama político sobre a Guerra Fria, mas ao se deparar com os absurdos do livro de Peter George (no qual o longa é baseado), Kubrick viu a oportunidade de trazer uma visão diferenciada ao tratar um tema pesado e intimista com uma extensa dose de sátira. Mas ao contrário de O Grande Ditador, onde Charles Chaplin trouxe seu humor singular para um tema forte como o nazismo, o humor de Kubrick é ainda mais ácido e caricatural, no objetivo de expor a ridícula premissa de algo como a Guerra Fria, onde duas superpotências se armam até os ossos para manter a paz.

“Senhores, não briguem, aqui é a Sala de Guerra!”

Mesmo sendo o gênio que era, Kubrick jamais teria obtido tal êxito em Dr. Fantástico sem a presença de uma figura carimbada do gênero, o inigualável Peter Sellers, que aqui interpretada nada menos que três personagens, todos extremamente distintos entre si. Kubrick também contou com a presença do lendário George C. Scott, que mais tarde viria a afirmar que a melhor performance de sua vida seria aquela vista em Dr. Fantástico.

De maneira inteligente e criativa, Kubrick e seu co-roteirista Terry Southern criam uma trama de ficção através de fatos e boatos que circulavam na época: o general Jack D. Ripper (Sterling Hayden) ordena um ataque não autorizado a União Soviética após sua certeza de que os comunistas estariam envenenando a água potável de todo o mundo. O capitão Mandrake (Sellers) tenta impedir o ataque, mas sem sucesso. Quando o real problema é descoberto, o presidente dos EUA Merkin Mufflin (Sellers mais uma vez) reúne o Conselho de Guerra e descobre que não há como impedir o ataque, uma vez que a bomba está no ar e se encontra incomunicável.

Dr. Fantástico nos traz um grande número de sequências e diálogos emblemáticos, onde o Kubrick carrega o filme de uma ironia fina e sutil, mas também agressiva e voraz, o que talvez explique o desgosto de alguns que esperavam uma comédia feita unicamente de risadas grosseiras. Dr. Fantástico não faz rir o tempo todo, mas poucos filmes conseguiram ser tão sarcásticos quanto este, sem deixar que as risadas fizessem com que o espectador esquecesse do real objetivo do diretor: expor os absurdos de um fato histórico que marcou a história dos EUA.

Com seu elenco, o filme apenas ganhar em charme e interesse. Peter Sellers tem aqui um dos momentos mais geniais de sua carreira, onde sua interpretação tripla expõe o quão talentoso o ator era. Sua performance como o personagem-título, um sujeito de óculos escuros, sorriso maníaco e cuja mão direita que tem vida própria insiste em fazer saudações nazistas é, em especial, um dos grandes momentos que o gênero da comédia já teve. É humor negro de primeira linha.

Obviamente, Dr. Fantástico desagradou e ofendeu a diversos espectadores puritanos na época de seu lançamento, e mesmo hoje o filme ainda funciona como uma cutucada na ferida daqueles envolvidos na Guerra Fria. Ainda assim, o filme ainda é considerado uma das realizações mais emblemáticas de seu gênero e uma das grandes obras-primas do mestre Stanley Kubrick.
5,0
Enviada em 26 de dezembro de 2022
O MELHOR FILME DE CÓMEDIA DE TODOS OS TEMPOS, COM UM ROTEIRO IRÔNICO E BRILHANTEMENTE INTELIGENTE, ALÉM DA MAIOR ATUAÇÃO DO GENIAL PETER SELLERS EM TRÊS HILÁRIAS INTERPRETAÇÕES E UMA DAS MAIORES ATUAÇÕES DO LENDÁRIO GEORGE C. SCOTT. A OUSADIA DE STANLEY KUBRICK EM FAZER UM FILME SOBRE PARANOIA E DESILUZÃO PERANTE A UMA EMINENTE GUERRA NUCLEAR, NO AUGE DA GUERRA FRIA E PÓS MORTE DE JOHN F. KENNEDY, MOSTRA O QUANTO O DIRETOR SOBREPÔS A ARTE A QUALQUER OUTRA COISA. HUMOR NEGRO FINO E AINDA HOJE ATUAL, OBRA-PRIMA.
Luan

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5,0
Enviada em 8 de abril de 2023
"Dr. Fantástico" é considerado uma das melhores comédias já produzidas, com um humor inteligente, crítico e voraz que satiriza o militarismo, a corrida armamentista e a Guerra Fria. As situações políticas tragicômicas que se desenrolam ao longo do filme são tão vívidas e absurdas que se tornam angustiantes, levando à possível destruição do mundo causada pela estupidez político-militar. As atuações marcantes, com destaque para Peter Sellers, e a direção genial de Kubrick fazem de "Dr. Strangelove" uma das obras mais importantes do século XX e a minha favorita do diretor.
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