Um filme bom, muito bom. Não chega ser excepcional e fantástico como os dois anteriores, verdadeiros clássicas da história do cinema mundial, mas é um filme muito bom. E vale a pena conferi-lo, pois apresenta um desfecho para a história da família Corleone, iniciada em 1972, que deve ser conferido por todos aqueles que se encantaram com a história do Godfather.
O filme apresenta pontos negativos e pontos positivos. A meu ver peca um pouco na condução do roteiro, um pouco "megalomaníaco" ao apresentar a temática religiosa e costurar alguns fatos históricos. Não que tal temática não seja interessante e empolgante, p.ex. para um roteiro como "O Código DaVinci", mas acaba por se destoar bastante dos dois roteiros iniciais. Talvez ai esteja o maior ponto fraco: em diversos sentidos a parte 3 parece um pouco desconexa com as partes anteriores, de modo que um espectador desatento poderia ver o filme e não ter grandes dificuldades mesmo sem ter visto a primeira e a segunda parte.
Outro ponto fraco são alguns momentos iniciais do filme, que lhe dá um toque de filme dramático-familiar, de encontros e desencontros (com o perdão do trocadilho), à la "A Época da Inocência" [filme esplêndido do Scorcese]. Isso fica nítido na relação de Michael com seu filho Anthony e, principalmente, com a ex-mulher Kay.
Mas, como não poderia deixar de ser, até mesmo por ser uma obra de Francis Ford Coppola, o filme apresenta muitos pontos positivos. O destaque principal vai para o perfeito Al Pacino, que trouxe sensibilidade e dramaticidade na medida certa para o personagem Michael, de modo a fundamentar de forma maravilhosa o que, para mim, é o ponto-chave da trilogia como um todo: o modo como Michael, apesar do mostrado no início da primeira parte, acaba trilhando os mesmos passos do pai, Vito. A atuação de Al, junto com a de Andy Garcia, vale o filme, que consegue fechar, se não com chaves-de-ouro, mas, ao menos, de forma digna e interessante, a fantástica trilogia iniciada na décade de 70 por Coppola.
Vale a pena conferir.
Nota 6!