APOCALYPTO
Lançado em 2006, Apocalypto é escrito, produzido e dirigido por Mel Gibson (juntamente com o roteirista Iraniano Farhad Safinia).
A história do longa de Mel Gibson se passa na península de Iucatã, antes da colonização espanhola, durante o período da civilização maia, e nos leva até uma aldeia pacata onde vivia Jaguar Paw (Rudy Youngblood) e sua família. Jaguar levava uma vida tranquila até a invasão que o prendeu e o levou capturado para os governantes de um império maia. O império estava em declínio e os seus maiorais acreditavam no sacrifício humano para a prosperidade. Diante de tal situação, Jaguar precisava se libertar e salvar sua pele e a sua família que ele havia deixado para trás.
Apocalypto havia se tornado o grande desafio de Mel Gibson na época, pois ele acabava de vim de um dos seus maiores trabalhos até hoje, que foi a direção de "A Paixão de Cristo". A expectativa em cima do longa era muito grande e Gibson precisava entregar algo pelo menos na altura do seu último trabalho. E não foi bem isso que aconteceu, Apocaypto é um filme razoavelmente bom, mas não passa nem perto da proporção de "A Paixão de Cristo".
Um ponto muito positivo é o trabalho de câmeras de Mel Gibson, que ele utiliza com muita sabedoria e muita competência, como por exemplo nas partes dos confrontos e das fugas por meio da floresta, a câmera acompanha o personagem com muita eficácia, nos proporcionando veracidade em cena. Outro ponto que merece destaque é aquela violência brutal e sangrenta, que é a marca registrada do cineasta, como no próprio "A Paixão de Cristo" e no mais recente "Até o Último Homem". Gisbon utiliza muito bem as cenas de pavor, tensão e principalmente quando se refere a violência com muito sangue - um verdadeiro show em cena.
O longa possui um trabalho de direção de arte muito bem ajustado, podemos notar os detalhes em cada cena, que vai desde as aldeias até os grandes impérios maias. Os figurinos também foram muito bem construídos, trazendo a verdadeira exatidão das vestimentas da época. Assim como o trabalho de maquiagem, que foi feito com bastante fidelidade nos homens, nas mulheres e até nas pequenas criancinhas, que de certa forma chegava até a nos assustar. A trilha sonora do saudoso James Horner é mais pacata e não tem lá seu grande destaque, acho que faltou um algo a mais. James Horner já nos agraciou com trilhas sonoras infinitamente melhor.
Já o roteiro de Apocalypto é bem mediano!
Mel Gibson tinha uma belo roteiro em mãos que poderia se tornar um filme épico na proporção de "O Coração Valente". Porém a história é boa, é promissora, mas é bem clichê, digo pelo o fato de você já começar o filme já sabendo o final, é muito óbvio. Os acontecimentos que envolve o protagonista também é bastante clichê, não foge da mesmice que já esperamos nesses gêneros de filme. Como o fato de tudo dar certo, por mais que ele sofra alguns machucados e arranhões, mas já é algo que sabemos como irá terminar. Entre outras coisas que ocorre ao longo do filme, como a esposa presa no buraco que está se enchendo de água e apenas com um suspiro ela consegue fazer o seu próprio parto, e digo mais, ela sai andando normalmente como se nada estivesse acontecido. São pequenas coisinhas que acontecem no filme que de certa forma incomoda e não dá pra deixar passar despercebido - pelo menos na minha opinião!
O elenco também está bem mediano e ninguém tem um grande destaque, salva-se o protagonista Rudy Youngblood, que até se esforça em entregar um papel convincente.
Apocalypto integrou o Oscar 2007 em 3 categorias, sendo elas: melhor som, melhor edição de som e melhor maquiagem, mas não levou nenhuma estatueta. O longa também foi indicado no Globo de Ouro e no BAFTA na categoria melhor filme estrangeiro.
Eu não assisti a todos os filmes dirigido pelo Mel Gibson, mas pelo o que vi até aqui, Apocalypto está entre os seus trabalhos mais fraco. O longa tem seus pontos positivos, mas o roteiro deixa muito a desejar. [03/03/2019]