"A PROFECIA", de John Moore, está em cartaz no Cine Roxy 5 e nos complexos Cinemark da região. Mais um caso de refilmagem caça-níqueis, melhor dizendo, caça-dólares, que em nada acrescentou ao original. O filme original, de 1976, dirigido por Richard Donner, esse sim causou um frio na barriga. Tinha Gregory Peck e Lee Remick nos papéis dois pais do anticristo, em atuações extraordinárias; uma trilha sonora que sublinhava o clima de terror do filme. Na refilmagem, que usou uma idéia de marketing interessante, o lançamento do filme no dia 06/06/06 (os três números 6 que são a marca que o filho da besta carrega em seu corpo), só isso. A atuação de Liev Schieber e Julia Stiles como os pais não compromete, mas não faz frente aos atores do filme original. É inevitável a comparação. Se o espectador "sedento" por efeito especial, algo de criativo ou assustador no filme, se deparará com dois sustos que são causados mais pelo volume de som na sala de cinema do que por inventividade propriamente dita. É interessante a homenagem que foi feita se convidando a atriz Mia Farrow para ocupar o papel da baby-sitter de Damien. Lembrem-se que ela, no final dos anos 60, no filme "O BEBÊ DE ROSEMARY", carregava o filho do diabo no seu ventre, este sim um representante digno dos filmes de horror. Falando em Damien, interpretado (?) pelo garoto Seamus Davey-Fitzpatrick, é neste ponto que de maneira literal o filme vai para a galeria dos descartáveis. O pequeno anticristo é mal dirigido, fica franzindo o rosto e piscando o tempo todo, como se isso fosse o suficiente para assustar a platéia. Uma cena bizarra é a morte do padre (Pete Postlethwhaite) com um ferro caindo do alto de uma igreja e atravessando a sua caixa torácica. Muito mal feita. Enfim, o meu conselho é que você alugue "A PROFECIA" feita 30 anos atrás e, no mínimo, 30 vezes melhor que a atual.