Alita: Anjo de Combate
Alita é uma ciborgue, mas com uma tecnologia que a permite ter sentimentos humanos. Partindo disso, e do restante de sua premissa, é divertido acompanhar sua jornada de autodescoberta. Vivemos sob sua perspectiva, estamos aprendendo junto sobre o universo que acabamos de ser inseridos. Diversos conceitos conflitantes margeiam a trama, o que de fato nos torna humano? até discursos existencialistas cairiam como uma luva, mas não é o objetivo do filme discursar sobre algo, e isso não é um problema. A proposta é ser um bom entretenimento, que traga uma diversão escapista e funcione dentro de suas regras, e isso é entregue.
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O texto é superficial ao entregar diálogos expositivos em excesso, existe um didatismo sempre presente, que silaba todas as surpresas que nos poderiam ser entregues. Os diálogos sofrem com a superficialidade de um projeto que gastou 80% de foco nos efeitos especiais (que são ótimos). Um pouco mais de substância faria de seus personagens mais memoráveis, os vilões são bastante unilaterais, são malvados porque sim, e é isso. Rosa Salazar entrega suas capturas de movimentos a Alita, uma atuação bem convincente, aliada a efeitos incríveis. O elenco é de peso, mas aos coadjuvantes não cabe um grande destaque, Christoph Waltz, Mahershala Ali e Jennifer Connelly textualmente não têm muito o que agregar.
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A produção é vistosa, os efeitos extremamente caprichados e bem acabados. Alita possui muita textura, os detalhes de seu rosto são impressionantes, das expressões até os esporos, traços e expressões humanas. Ver algo criado digitalmente de forma tão orgânica enche os olhos. A ação também é um acerto, bem coreografada e dinâmica. Alita poderia ter ido mais longe, mas preferiu ficar em sua zona de conforto, o que é um pesar. Deixa muitas lacunas abertas para uma continuação, embora pareça ter pouco a ofertar como produto final. Como filme individual, entrega seu valor de entretenimento e um bom uso do Imax. Faz valer o ingresso, e com isso já merece uma sequência.