"Alita" é formado por altos e baixos e no conjunto da obra se qualifica como a melhor adaptação de um mangá que eu já vi pro Live action, "Alita" é uma mistura de sentimentos e encantos que a nova obra do maravilhoso "Robert Rodriguez" nos traz. O roteiro conta muitas histórias, temos diversos acontecimentos que vão se renderizando conforme o mundo a nossa volta se forma, um mundo que temos pouca introdução e um fiapo de backgroud que pouco evolui ao decorrer da trama, aliás, a maiorias dos arcos adaptados ficam sem uma profundidade que a trama aparenta ter, e são tantos acontecimentos que a duração do filme acaba pesando, porém, eu adoro como o roteiro é bem encaixado, desenvolve bem seus personagens e funciona muito bem no universo descrito. É um pena que falta um pouco mais de profundidade, pois o filme abre margens para diversas lacunas envolvendo exploração, revolução industrial, proletariado, humanidade, paternidade, sonhos, adolescência, alienação, etc.
"Alita" tem um visual simplesmente maravilhoso, seu mundo cyber punk é muito anime, é divertido, engenhoso, Robert Rodriguez sabe como nos marcar nesses aspectos, e o 3D de Alita é a melhor coisa que já vi do gênero, uma personagem animada envolto a atores que fica super natural, e linda, além da estética decadente da cidade que contrapõe com a beleza suja da cidade superiores, maquiagem, 3D, composição de cenário, figurino, tudo é deliciosamente gostoso de assitir e muito belo cinematográficamente, não por ser algo grandioso, mas sim por ser simples, perverso e sujo, sua beleza que emenda em uma violência humana que nasce a partir do choque de ciborgues e humanos converge ainda mais para essa ideia de "perigo e sujeira" que esse universo representa visualmente.
É difícil imaginar Cristoph Waltz e Ali ruins em um filme, imaginei que seria agora, errei feio, nenhuma dos dois faz um papel brilhante, porém, encarnam bem seus personagens e os fazem serem bem aceitos, Waltz é a melhor atuação do filme, até porque tem um roteiro melhor pra trabalhar, e o personagem consegue encarar um mocinho paterno muito bem.
"Robert Rodriguez" Um diretor super autoral, que sempre mescla ótimos e bregas recursos técnicos que sempre se diluem em good trash ou infanto juvenil consegue de fato aplicar um meio termo, pois "Alita" tem enquadramentos muito bregas, sua trilha sonora também, ao mesmo tempo é um filme mais maduro e tão carismático quanto seus "pequenos espiões" e com recursos tão bons quanto "era uma vez no México.
"Allita" no fim surpreende, pois esperávamos algo mais medianos e somos surpreendidos com um bom filme que tinha tudo pra não funcionar, mas funciona, diverte, choca e empolga, já estamos preparados e ansiosos para sua sequência.