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Fernando M.
31 seguidores
51 críticas
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2,5
Enviada em 26 de janeiro de 2015
Assistir a primeira película do cineasta espanhol Pedro Almodóvar é uma experiência esquisita. Ali sentimos um Almodóvar que ainda não era totalmente Almodóvar. Sim, já se vê a temática sexual sendo tratada sem panos quentes nem moral burguesa nessa comédia pastelona que não foi feita para mentes conservadoras nem pessoas de estômago fraco.
Temos que dizer que é um filme menor na carreira de Almodóvar, até porque ele ainda não havia encontrado aquela “fina justeza” entre forma e conteúdo (que ele conseguiria a partir do seu “Mulheres à beira de um ataque de nervos”, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1989).
Pepi (Carmen Maura) é uma garota moderna, desencanada, “virgem” na acepção biológica do termo, mas nem por isso menos conhecedora da arte das sacanagens. Pepi sonha em ganhar bastante dinheiro com essa sua virgindade literal. No entanto, um policial (Felix Rotaeta) a estupra, e ela deseja ardentemente se vingar.
Ora, o policial é casado com Luci (Eva Siva), uma dona-de-casa quarentona, submissa, abnegada, meiga, sem personalidade, abusando enfim todos os estereótipos possíveis de uma típica “rainha do lar”. Porém é por trás disso tudo que se esconde uma mulher masoquista ao extremo.
O trio ficará completo com Bom (Olvido Gara), uma jovem de dezesseis anos, violenta, sádica, vocalista de uma banda punk para não fugir do clichê. Luci dá o maior apoio à Pepi se vingar do policial, seu marido, até porque ele não o interessa mais. O motivo? Bem, ele deixou de espancá-la há muito tempo!
Começa-se então uma insólita aventura pelas ruas de Madri. Com uma trama tolinha e rocambolesca, recheada de cenas extremamente escatológicas, “Pepi, Luci, Bom y outras chicas del montón” é um filme que vale como registro histórico, para quem deseja conhecer ou admira o escracho dessa primeira fase do Almodóvar. No mais, é apenas um exercício de intransigência numa linguagem trash.
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