Filhos da Esperança:
“Filhos da Esperança”, EUA, 2006, roteiro, produção e direção de Alfonso Cuáron, cineasta mexicano, mas aqui conduzindo uma produção hollywoodiana, o filme se passa no futuro, ano 2027, mas, de certa forma, é atual, dadas as guerras civis, caos e desunião atuais e, que o filme amplia, contudo não deixam de ser possíveis e verossímeis, se as coisas continuarem assim; nesse futuro próximo, tem-se a infertilidade de todas as mulheres (fato dado do filme, sem explicação), para piorar a pessoa mais jovem do mundo (18 anos de idade) é morta, o que causa comoção no mundo, pois ela era idolatrada, marcando assim o fim das esperanças, pois, só resta à humanidade envelhecer e findar, além do estado de sítio e guerras, que ocorrem; nesse cenário surge a figura de Theo (Clive Owen), que está pouco se importando com esses fatos (conformou-se com a situação), mas após quase morrer numa explosão e, também ser “contactado” por sua ex-namorada, a ativista Julian (Julianne Moore), que luta pelos direitos dos imigrantes ilegais, que residem na Inglaterra, Julian o procura, para executar com ela uma missão de levar até um local seguro, uma jovem (imigrante ilegal), Kee, que está grávida e é a esperança de repovoar o mundo, mas como ela é uma imigrante ilegal na Inglaterra, corre risco de vida e, por conseguinte, correm risco também seu bebê e a única esperança do mundo; o restante do filme é uma luta desesperada de manter viva Kee e seu filho, até chegarem, num lugar seguros, para eles; o filme é marcado pelo caos, pela desunião, pelas guerras civis, mundo apocalíptico, destruição, ódio; temos o tema da imigração, que é bastante atual, já que, por exemplo, Bush pretende construir um muro na fronteira entre os EUA e o México, para impedir a imigração ilegal dos mexicanos no território norte-americano, mais uma de suas atitudes totalitárias, que não dialoga com o governo mexicano, para resolver o problema de forma diplomática. Segundo crítica da revista “SET” de cinema, “Filhos da Esperança” é a parte que ocorre no futuro de uma trilogia não planejada, dos três maiores cineastas mexicanos da atualidade, Cuáron, del Toro e Iñarritu, auqele filme juntaria-se à parte que se passa no passado, “O Labirinto do Fauno”, de del Toro e, à parte que ocorre no presente, “Babel”, de Iñarritu; o que faria desses três filmes uma trilogia é a temática comum sugerida por eles, a saber: a condição de ódio, de guerras, de desunião, de incompreensão e de incomunicação entre as pessoas e os povos no mundo contemporâneo. O filme “Filhos da Esperança” é o melhor dos três, seguido pelo “O Labirinto do Fauno” e, por último, o mais irregular, “Babel”.