O cineasta argentino Alejandro Agresti (que nos deu o belo "VALENTIN") inicia a sua carreira hollywoodiana com um remake de um filme coreano sobre o amor entre um casal de solitários. Alex (Keanu Reeves) é um arquiteto, que rompe com o seu pai Christopher Plummer), um gênio da arquitetura, comparável a Frank Lloyd Wright, ganhador de todos os prêmios e honras que a profissão pode oferecer. Alex não aceita ser um lamba-botas do pai, rompe com ele e parte para o ramo da construção. Vai morar numa belíssima casa de vidro, à beira de um lago, nas cercanias de Chicago, cujo criador havia sido o seu pai (numa época em que este ainda se guiava pela paixão ao seu ofício). Na companhia do seu cão, Alex começa a trocar correspondência com Kate (Sandra Bullock), médica, que havia se mudado da casa para trabalhar num hospital de Chicago. Eles trocam confidências e correspondências interminavelmente. Não imagine que estamos diante de algo do nível de "NUNCA TE VI, SEMPRE TE AMEI", clássico com Anthony Hopkins e Anne Bancroft. Eles não se vêem no presente; apenas tiveram um flerte no passado. É de uma falta de criatividade colocar os dois atores lendo cartas diante do outro nos mais variados locais. Ah, já ía esquecendo de falar que o casal estava separado por 2 anos: Alex vivia em 2004 e Kate vivia em 2006. Não tente buscar na metafísica alguma plausabilidade para o argumento. Keanu Reeves é um ator muito limitado, fato que fica realçado nos filmes românticos e encoberto nos filmes de ação. O vai-e-vêm da narrativa parece uma catraia que liga a cidade de Santos à cidade do Guarujá: balança, amedronta e enjôa. O final do filme, então, é de deixar até o público romântico feminino (o público alvo do filme) revoltado.