Johnny Depp em 1990: um jovem marcado por um esteriótipo, alcunha essa que ele tinha medo que o marcasse para o resto de sua vida, e que não atingisse um status de ator respeitado por conta disso. O esteriótipo: ser um ídolo teen, algo que grudou nele como um carrapato após a série Anjos da Lei, que é até hoje o grande arrependimento da carreira de Depp.
Porém, na peregrinação para tentar se livrar daquela nhaca, ele acaba encontrando o diretor John Waters, famoso na época pelo musical HairSpray, que lhe dá um conselho: "se você quer se livrar de uma imagem, nada melhor que debochar dela"...
E foi exatamente o que Depp fez ao aceitar o papel de Wade Walker, um esteriótipo de ídolo teen, só que comediado, e totalmente debochado. Uma espécie de contraventor juvenil, que se apaixona por uma jovem totalmente diferente del, e que tem um namorado ainda mais avesso ao seu modo de vida.
Johnny consegue fazer ali, sua primeira atuação mais convincente na carreira, e ali podemos ver que ele era muito mais do que o adolescente namorador de A Hora do Pesadelo, e o jovem descompromissado de Férias do Barulho.
O filme vale principalmente pelas referências musicais, principalmente a Elvis Presley.
O figurino usado no filme foi perfeito, e a iniciativa de mostrar uma juventude rebelde e incompreendida foi levada a sério pelo diretor, e o mesmo concretizou essa tarefa com precisão.
Em resumo, Cry Baby é um filme muito divertido, que eu sem dúvida alguma recomendo.
Nota: 7.0