Rainhas: Críticas

O assunto não poderia ser mais atual: o casamento de homossexuais. A primeira celebração oficial está prestes a ocorrer na cidade de Barcelona. São 20 casais que irão se unir até que a morte os separe. Os pais dos "noivos" vêm de todos os lugares para o evento. A dona do hotel que irá sediar a celebração - e que irá faturar alto devido á repercussão na mídia - também tem um filho que irá se casar. O filme foca as 48 horas que antecedem a cerimônia. Basicamente põe em evidência 3 desses casais gays e seus familiares. A mãe de um dos protagonistas mantém relações sexuais com o seu futuro genro, que irá ficar arrasado, irá tomar um belo porre, irá se separar temporariamente do seu "noivo', até descobrir que este tinha feito uma viagem para Marrakesh com seu ex-psicanalista e atual amante. Enfim, a abordagem do tema do casamento homossexual não se dá pelo viés político, mas sim pela comédia. E claro, como todo chiste, traz à tona algumas opiniões que são politicamente incorretas. Os trunfos deste filme estão no seu elenco feminino. Elas sim são autênticas "rainhas" no filme e do cinema. Carmen Maura, Marisa Paredes e Verónica Forqué são damas do cinema espanhol e dão mais um demonstração de seus talentos. Elas reinam e seus filhos casam. Antes que alguém pense em saber se há algum grau de relação entre este filme e o trabalho do diretor Pedro Almodóvar, além das musas já mencionadas, há sim uma tendência para o kitsch como em "MULHERES À BEIRA DE ATAQUE DE NERVOS". De resto, "RAINHAS" foi patrocinado pela Warner Bros. para ser um sucesso de bilheterias, com os ingredientes certos para agradar o público de uma forma geral. O cinema de Almodóvar sempre evidencia alguma chaga, algo soturno no ser humano, seja homo ou heterossexual, que torna os seus filmes pouco palatável para algumas audiências menos preparadas. O entretenimento é certo. Eis mais um exemplo de que o cinema comercial não é incompatível com cinema de boa qualidade.