O filme é, sem dúvida, uma obra prima. Atrás dessa comédia/ação se encontram, também, lições sobre a vida. Filme inteligente e espirituoso. Roteiro, filmagem, direção excelentes. Sou fã do diretor/ator Stephen Chow.
Este filme parece um desenho animado antigo da ACME mas feito na China com humanos. Maravilhosos efeitos especiais, fotografia e trilha incidental que constroem todo o enredo fantasioso do filme. O início parece ser mais um filme de kung fu, mas depois percebemos que o surrealismo impera nas ações dirigidas por Stephen Chow e que mesmo dirigindo ainda sobrou um tempo para atuar no filme não perdendo a maestria. O roteiro criou personagens icônicos e infelizmente até o momento, mesmo com o sucesso comercial, não existe planos de uma continuação.
Após uma revisita ao filme-gêmeo de Shaolin Soccer, ambos exploram esse conceito do Kung-fu extrapolado ao cotidiano, a sensação é de um frescor de ingenuidade e violência comparados a Kick Ass (e não me admiraria que este fosse inspirado naquele). Só pelo fato da violência existir com mortes e essas mortes serem relevantes para estabelecer o peso da tensão em um filme que obviamente é uma comédia já mereceria créditos de sobra.
O único problema está no título em BR. A obra original chama-se Gong-fu, que significa crescimento pessoal; os brasileiros, fizeram um enquadre americano e acharam que era comédia. Não é comédia, é realismo mágico! Nesta escola situações fantasiosas são vivenciadas pelos personagens como normais e cotidianas. A grandeza deste gênero está na estética e nas metáforas que lhe permitem uma vivência cinematográfica bastante pessoal. O filme é perfeito, sem dúvida um cult que atravessará gerações, com 4 premiações internacionais importantes; e não, o Oscar não.
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