Sempre me recordo do lendário Paulo Francis que dizia que a questão entre Palestina e Israel, assim como das guerras tribais africanas eram insolúveis. A questão bíblica do "olho por olho, dente por dente" na luta por um território para o seu povo, seda ele árabe ou judeu, é mais forte do que os meios ditos diplomáticos para que chegue num denominador comum para a situação. Spielberg acerta em cheio quando não toma partido da situação. Apesar de ser judeu, ele consegue dar uma visão dos dois lados da moeda. A fotografia de Janusz Kaminski assinala o clima de tensão dos eventos que sucederam o assassinato dos atletas israelenses dentro da vila olímpica, nos jogos de Munique, em 1972. O governo de Israel, através de sua polícia, a mossad, recruta um membro que se caracterizava pelo patriotismo e por bem servir a pátria: Avner (Eric Bana). Este é convocado para uma reunião com as mais altas patentes do exército de Israel, que contou inclusive com a presença da primeira-ministra Golda Meir (Lynn Cohen). Avner é enviado para a Europa com a missão de matar todos os árabes que estiveram envolvidos no atentado de Munique. Ephraim (Geoffrey Rush) era o único contato que Avner teria com as autoridades do seu país. Para todos os efeitos, Avner não tinha qualquer conexão com Israel. Todo mês ele receberia depósitos em dólares numa conta bancária na Suiça para poder conseguir as informações sobre os assassinos dos atletas israelenses. Avner e outros quatro colegas são os responsáveis por perpetrar os assassinatos, sem que hajam vítimas civis. O grupo começa a agir e, pouco tempo depois, as mortes vão ocorrendo em nome da fúria, da vingança propriamente dita. No fundo Avner gostaria de estar curtindo a sua esposa e a sua recém-nascida filha. Ele se dá conta da espiral de loucura baixou no grupo, e que eles nem estão certos de que estariam eliminando os membros da organização Setembro Negro. O único senão do filme é a escolha do ator principal. Eric Bana é um ator limitado, incapaz de transparecer toda a dúvida que ía na sua cabeça ao longo dos meses que sua missão levou até quase ser completada. Quando nós vemos Eric Bana contracenando com Geoffrey Reggio dá até pena do primeiro, tamanha a diferença de categoria. Spielberg se reabilitou por completo do fraquíssimo "A GUERRA DOS MUNDOS". Fez um filme adulto, sobre um tema polêmico e conseguiu agradar todos os lados envolvidos. Pelo menos esta é a minha opinião.