Bom filme! Neste quarto capítulo o diretor Mike Mitchell (Gigolô Por Acidente, Super Escola de Heróis, Alvin e os Esquilos 3) faz sua estreía na animação computadorizada com um ótimo entretenimento. Este filme apresenta Shrek entediado com a vida rotineira com Fiona e seus filhos. Em plena festa de aniversário dos filhos, Shrek explode e em seguida é induzido pelo vilão Rumpelstiltiskin a assinar um contrato em que ele lhe daria novamente um dia na vida do ogro independente, temido e que fazia o que bem entendia e que em troca daria ao vilão um dia na vida do ogro. Rumpelstiltiskin então envia Shrek à um universo paralelo onde ele não conhece o Burro, o Gato de Botas que agora está aposentado e gordo, e nem Fiona, que é uma ogra temida e lidera a resistência dos ogros que são oprimidos e escravizados por Rumpelstiltiskin.
O filme é uma grande jornada de redenção e mostra que às vezes não sabemos bem o que temos até que as perdemos. O filme todo é sobre valorização: das amizades verdadeiras, do grande amor de nossas vidas, dos filhos que são tudo para os pais, do respeito que recebe de todos, enfim, de uma vida que muitas vezes não percebemos, mas que é feliz e praticamente perfeita. O filme mexe com as memórias dos filmes anteriores, nos remete a vários momentos emotivos e engraçados.
Nitidamente após o terceiro filme o humor e sarcasmo foi se perdendo e deu lugar à cenas mais emotivas, com uma preocupação enorme com o arco dramático e encerrar com grandes lições de moral e de vida. Na verdade, a grande força da série é muito humor com momentos estratégicos durante a exibição em que cenas comoventes nos envolvem de maneira absurda. Este quarto filme novamente se mostra com o humor enfraquecido, assim como as referências de contos de fadas e cultura pop, mas é importante destacar que é um filme melhor que o terceiro que foi sem dúvida o pior dos quatro. Este filme traz ainda por cima um grande diferencial: possui uma grande direção de arte mostrando uma Tão, Tão Distante mais abandonada, apocalíptica e governada por Rumpelstiltiskin e abusa das cenas mais escuras no refúgio dos ogros e de várias cenas noturnas, mas com um mérito enorme para o diretor que não transformou em um filme mais "pesado", mantendo a leveza tradicional da história.
Um bom e criativo roteiro da dupla Josh Klausner e Darren Lemke que mescla bem o humor e com grandes cenas emotivas, especialmente em seu final. Destaque também mais uma vez para a boa trilha sonora característica da franquia, e que neste filme vai desde Whitney Houston, passando por Bob Marley, Stevie Wonder, Lionel Richie até Jason Wade. As referências realmente estão escassas e se apoiam mais na memória dos próprios filmes da série, como uma auto-homenagem bem realizada. Destaque para a cena após créditos em que vásrias cenas de todos os filmes aparecem em rápidos flashes. Neste filme temos novamente uma presença maior e mais marcante do Burro e do Gato de Botas diferentemente do terceiro filme o que só por si aumenta bastante as cenas de humor, apesar de que ótimos personagens como Biscoito e Pinóquio ficaram em segundo plano. É um bom filme que realmente mostrou características e toda a cara que realmente pode ser o último filme do personagem Shrek. Merece ser visto pelos fãs do personagem. Recomendado e um bom entretenimento com muitos ensinamentos e lições de vida inesqueíveis!