Uma animação bem ao estilo Tim Burton, como haviam sido Vincent e O Estranho mundo de Jack, antes dela. Cenário bastante sombrio, fotografia escura, e personagens exageradamente deformados, são marca registrada nessa, e em outras animações do excêntrico diretor. E mais uma vez, tudo funciona perfeitamente.
O grande trunfo do filme, é conseguir juntar o belo e o feio com uma precisão fantástica, e transformar tudo isso em beleza. Além de dar um ar mais leve a um fato que assombra todo o ser humano: a morte.
Uma animação que passa longe de ser um mero filme infantil, pois aborda temas muito sérios, como preconceito, amor, família, assassinato... Mas também nos brinda com uma hilária comédia, e canções super divertidas, que sem dúvida alguma, cativarão toda a família.
Tim Burton tem todos os méritos nesse filme, pois conseguiu transformar sua bizarra história em algo bem maior que isso. Os personagens são muito bem definidos, e a escolha das vozes foi definitivamente acertada.
Johnny Depp e Helena Bohan Carter emprestam suas vozes para Victor e A Noiva-Cadáver, respectivamente os dois protagonistas, e fazem um trabalho de dublagem impecável. Trazendo a emoção e a vitalidade (apesar do paradoxo) necessária aos personagens.
A hipocrisia do final do Século XIX, onde tudo era extremamente regrado, e manipulado por interesses, é exposto com muita precisão, de forma que o filme passa a mensagem de que, o mundo dos mortos é mais divertido que o dos vivos. O que de certa forma, também se torna uma mensagem para os dias de hoje, pois o ser humano tende a ser mesquinho, egoísta e preconceituoso, e não aceita o próximo como ele é, tal como é abordado no filme.
Os diálogos também são um ponto positivo a destacar, e dão um tom muito interessante ao filme. Pois vão do hilário ao sinistro, passando por reflexões importantes sobre o comportamento humano, tudo com extrema leveza e uma beleza monstruosa.
Em resumo, A Noiva-Cadáver é uma excelente animação, que eu sem dúvida alguma recomendo.
Nota: 10