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    A Montanha Sagrada
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    3,9
    23 notas
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    Anderson  G.
    Anderson G.

    1.304 seguidores 373 críticas Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 6 de novembro de 2019
    Uma viagem alucinante através da nossa própria identidade, física e metafórica, um jogo de gato e rato em busca do milagre, uma critica constante a religião e um amor declarado ao misticismo misturado com o mais puro e belo cinema são os elementos que compõem "A montanha Sagrada" filme do Jodorowsky que prende o telespectador do inicio ao fim, seja por sua beleza, mensagem ou pela estranheza. 


    Em uma primeira olhada temos um roteiro simples, que conta a historia de um grupo de pessoas poderosas que seguem um líder até uma montanha que lhes concedera a imortalidade, mas não é bem assim, primeiro somos jogados do ponto de vista do nono e ultimo integrante, que parece desfocar do restante, sua existência já é uma justificação histórica e religiosa, sua breve jornada de autoconhecimento, milagres, amor e descobertas até chegar ao personagem do líder que o purifica e lhe da uma aurea ainda mais espiritual, são belas e já deixam o telespectador pronto para o que vem a seguir, o roteiro muda seu ponto de vista diversas vezes, e isso contribui para dar aprofundamento a obra, porém os personagens em si são muito bidimensionais, mas é difícil falar sobre um roteiro que carrega consigo inúmeras alegorias misticas, uma jornada do herói clara e um final anticlímax com uma lição de moral, alguns erros de continuísmos e confusões são constantes durante a obra, mesmo com um roteiro que apresenta problemas, isso fica pequeno no filme, visto sua beleza estética. 


    Jodorowsky já disse uma vez que o ser humano é um animal semântico que não se surpreende mais com palavras, isso talvez explique o constante uso de imagens que causam espanto, graça ou aflição, a comunicação visual do diretor mexicano é unica, mesmo talvez não entendendo sua alegoria, podemos entender o resumo de sua mensagem, seja as criticas a religião católica ou as criticas ao próprio telespectador, que não quebra a barreira áudio visual e fica preso a necessidade de juntar logicas, de forma análoga, ele liga isso a dificuldade de chegarmos a imortalidade, não a física, mas a intelectual, ironias a guerra e consumismo, além de provocações politicas e religiosas são muito presentes, e captamos isso em meio a sua loucura visual, ao menos o resumo, ao menos o semântico,  Jodorowsky  fala muito em seus filmes, mas compreender toda a mensagem é difícil, visto que o diretor tem sua própria e metamórfica filosofia. Jodorowsky é um bruxo, um escritor e um mago, até palhaço o citado já foi, agora emprega tudo isso em seus longas, repletos de simbolismos e beleza.  


    A composição de cenário, figurinos, maquiagens, trilha sonora e fotografias são impressionantes, toda a direção de arte em si é primorosa, com cenários cheio de vida e sentimento, muito efeito pratico e cuidado em cada detalhe ajudam a compor um filme que esteticamente é perfeito, grandioso e que consegue transmitir sua pluralidade e grandiosidade apenas visualmente,  Jodorowsky foi figurinista, maquiador, conduzi-o a câmera e até ajudou a construir e pintar cenários, tal cuidado traz como recompensa um filme atemporal, que não envelhece ou fica datado, e que a cada década, parece que fica mais bonito.

    Alguns aspectos de direção precisam ser citados, como a condução da câmera que é usado de diversas maneiras, não temos um continuísmo de condução, o diretor enquadra como achar melhor para a cena, mas é perceptível o seu apreço a uma câmera alta na grua, que ajuda a embelezar mais seu cenário e fotografia, clara com uma iluminação perfeita, uma trilha sonora que segue a mesma logica, que traz rock e pop mas se concentra principalmente em uma musicalidade clássica e oriental, carregando ainda mais o tom mistico da obra, a montagem apresenta três atos bem definidos, embora os dois primeiros sirvam de apresentação, o que é pouco usual, mas funciona, e o filme não cansa em nenhum momento. 
    Até em termos de atuação o grande destaque é  Jodorowsky, com seu mistico personagem, o "Alquimista" que serve de fio condutor que permeia a obra toda, embora todo o cast seja bom e cumpra bem seu papel.

    "A montanha sagrada" não é um filme para todos, fás de cinema magico o cultuam, adoradores de cinema extremo enxergam sua beleza, mas agradar todos os públicos, o longa quarentão não vai, visto sua estranheza que na época já havia desagradado bastante, e hoje em dia, deve desagradar ainda mais, mesmo assim, o cinema magico de Jodorowsky é belíssimo, vai alem de suas duas horas de duração, sua experiencia cinematográfica, mensagens e direção pregam a verdadeira imortalidade através das décadas do cinema, uma belíssima e completa obra que respira e transpira o Audiovisual e é a cara do cinema rebelde e transgressor dos anos 70.  NOTA 9/10
    Birovisky
    Birovisky

    217 seguidores 196 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 26 de agosto de 2016
    Encontrei esta película pesquisando sobre os filmes mais loucos já lançados pelo cinema. Então imaginem só, do mesmo diretor tinham mais dois além da Montanha Sagrada, e este que vos brindar com uma rezenha, em todas as listas que encontrei, ocupou o cativo primeiro lugar. Pode ter certeza, que se você faz alguma graduação de humanas , não pode deixar de assistir.
    Murari submundo
    Murari submundo

    3 seguidores 11 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 24 de julho de 2016
    A forma com que Alejandro Jodorowsky questiona o capitalismo e as formas de poderes através da religião, bens de consumo, corpo, etc é de uma inteligência incrível. A mistura do sagrado e do profano é transmitida neste filme de uma forma brilhante. Sim é um filme chocante e para chocar, principalmente porque vem de influências dos auge anos 60 e 70 com movimentos contra cultura, pós guerra e a procura pela transcedência. Neste ponto vejo muita influência da Alquimia, mas também é perceptível o cristianismo, judaismo, hinduismo... A fotografia o jogo de câmera as cores lembra muito muito Kubrick. ENfim é um filme que recomendo demais.
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