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    O Sétimo Selo
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    4,2
    635 notas
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    17 Críticas do usuário

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    Wellingta M
    Wellingta M

    904 seguidores 257 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 28 de fevereiro de 2012
    Uma obra prima do cinema mundial. Um filme obrigatório para qualquer um que se diz cinéfilo. O Sétimo Selo é o questionamento que todo nós fazemos a respeito da morte. E se nós a encontrássemos, o que diríamos? O filme propõe um jogo com a morte, uma metáfora que nos faz refletir sobre a vida. Altamente filosófico e semiótico. Recomendadíssimo.
    Maíra M.
    Maíra M.

    22 seguidores 3 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 20 de abril de 2014
    Eu (e acho que milhares e milhares de outros espectadores) definiria como: um filme difícil.

    Importante, mas difícil. Não à toa faz parte do que Mark Cousins (no livro História do Cinema) chama de "claustrofobia cinematográfica", referenciando também Hitchcock e Polanski.

    E acho que desde a sua criação foi pensado para sê-lo. Não, essa não foi uma tentativa de fazer um trocadilho pobre com o título do filme. Parece que o nome "O Sétimo Selo" faz referência ao livro bíblico Apocalipse, segundo o qual "na mão de Deus há um livro selado com sete selos e a abertura de cada um destes selos implica num (sic) malefício sobre a humanidade, mas a abertura do sétimo é o que leva efetivamente ao fim dos tempos". Achei essa explicação na Wikipédia, e realmente existe uma referência ao Apocalipse no filme.

    Logo no início de O Sétimo Selo, uma citação do Livro do Apocalipse é dita para simbolizar a ameaça de uma guerra nuclear. A citação, que é dita com outras palavras, é a seguinte: "E havendo aberto o sétimo selo, fez-se o silêncio no céu quase por meia hora." (Apocalipse 8:1).

    Seria mesmo a guerra nuclear esse sétimo selo, responsável por trazer o fim dos tempos caso acionado por algum governante um pouco mais prepotente durante o silêncio de Deus? Que Deus é esse que silencia por quase meia hora dando ensejo à atuação apocalíptica de alguém? Era essa a angústia de Bergman? Levar uma vida de um modo tal, mas sabendo que a qualquer momento tudo aquilo poderia ser destruído com a facilidade de quem abre um selo?

    Isso não consegue te tirar o fôlego, te deixar claustrofobico? Sinto muito então.

    Bom, continuando, um filme que tem como temas centrais a morte, os questionamentos sobre deus, a falta de fé na vida, e tudo isso concentrado em um personagem recém-chegado das Cruzadas (interpretado por Max von Sydow), que se vê em meio às misérias da Peste Negra; um filme cujas falas são extremamente abstratas, que usa amplas metáforas, cujos personagens vão do extremo da ingenuidade ao extremo de um ser vilipendiado e, portanto, sem vida no olhar, bruto no trato com as pessoas; esse não pode ser um filme fácil.

    Ao contrário, é um filme lento, com muitas cenas que se arrastam no ir e vir das pessoas (pra lá e pra cá). Seja na procissão dos miseráveis da Peste Negra, que interrompe, com os auto-açoitamentos dos fiéis, a comédia pueril dos personagens artistas; seja nas andanças de Antonius Block (Sydow), que vai devagarinho pela praia e parece ter todo um tempo a perder com suas reflexões existencialistas; seja, ainda, nos intermináveis jogos de xadrez entre o cavaleiro e a Dona Morte: tudo nesse filme te leva a assisti-lo com uma paciência de Jó, dessas que nossa geração contemporânea não tem mais desde que a internet deixou de ser discada.

    Ora, se nossa "geração y" não tem paciência nem pra esperar uma página carregar mais lentamente, como teríamos para descobrir os meandros da obra-prima de Bergman?

    Talvez por isso ela me deixou curiosa. Talvez por isso ela seja um clássico para o cinema, mas algo tão distante dos nossos hábitos. Ela infelizmente está fora de moda.

    Não queria assistir a O Sétimo Selo, e ter na minha memória apenas a Morte, que é pessoalizada no filme por meio desse cara do pôster com essa roupa escura (não sei se é preta ou marrom porque o filme é preto e branco), interpretado muito bem por Bengt Ekerot.

    Assim foi que eu parei nas cenas de Antonius com uma jovem (Gunnel Lindblom) que está prestes a ser queimada, acusada de ter trazido a peste por ter dormido com o diabo. Antonius observa a jovem, conversa com ela, olha fixamente nos seus olhos, mas a resposta que ele dá, embora se esforce sinceramente pra entender aquilo tudo, é a mais racional e realista possível: "Eu não vejo nada além de terror". Não se poderia esperar outra coisa de um fidalgo desiludido que participa de um dos jogos mais racionais que se conhece: o xadrez.

    Hoje a gente nem vê assim muita lógica em um filme com tantos questionamentos a respeito de valores existenciais: a morte perseguindo alguém? Questionar se deus existe ou não? Por que as coisas estão como estão?

    De fato, no Brasil de hoje pouquíssimas pessoas devem pensar tão intensamente sobre isso. Mas não era assim na Europa do pós-Guerra, em que o apocalipse parecia real, em que havia temores de uma guerra nuclear adicionados a crendices comuns em um tempo não globalizado (não que nós estejamos isentos disso, mas de fato são outros tempos), tudo isso fazia com que esse filme dialogasse com aquele momento e, sobretudo, dialogasse com o período histórico retratado.

    Bergman disse assim no livro de Mark Cousins: "Meus personagens riem, choram, sofrem, têm medo, falam, respondem, perguntam. Eles temem a Peste e o Juízo Final. Nossa angústia é de um tipo diferente, mas as palavras permanecem as mesmas."

    Não à toa, depois desse filme, Ingmar Bergamn produziu a chamada trilogia da fé (Através de um espelho, Luz de Inverno, e O Silêncio), dando continuidade a todas essas perguntas.

    Bacana também a retratação que ele faz da temática circense, quando mostra o artista como um bobalhão, um ingênuo, facilmente manipulado, como na cena em que Jof é obrigado dar cambalhotas em cima do fogo enquanto os outros personagens riem um riso cruel.

    Bergman tem outro filme de temática circense. É o Noites de Circo (1953). Outro dia eu vejo.

    O Sétimo Selo tem uma cena final linda. Que me marcou, pessoalmente, muito mais do que a cena clássica do jogo de xadrez, ou do que a outra cena clássica da morte levantando o braço como se fosse um morcego.

    O filme termina com a Dança da Morte. É uma cena bonita em que, depois de fazer uma espécie de discurso de despedida com o casal José e Maria e outros personagens, ele, o Jof, que, de tão ingênuo, tem premonições, vê a morte carregando o Antonius e outras vítimas para um precipício. Achei bonito o modo como a dança se dá.

    Para mim, ficou uma conclusão: vale a pena quebrar sua cabeça com essa obra. Existem milhares de outras coisas que podem ser observadas nesse filme, a exemplo disso: o modo meigo como é retratada a família, a relação do cavaleiro e de seu escudeiro com Dom Quixote e Sancho Pança, todos aqueles personagens, com rostos tão bem marcados, ali à meia-luz, dizendo frases curtas, geralmente muito incisivas, mas todas com significado profundo, vale a pena ir atrás de tudo isso. Você se sente meio um Antonius, indo atrás de significados pras suas angústias enquanto vive e, só então, acaba entendendo (e por que não "vivendo"?) o filme.
    Antonio R
    Antonio R

    15 seguidores 51 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 18 de janeiro de 2013
    Uma obra prima inquestionável deste gênio do cinema. A morte, a religiosidade e o medo que envolvem o ser humano nestas questões. Tudo é visto dentro de uma ótica perfeita e assustadora.
    Rafael V
    Rafael V

    369 seguidores 210 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    O sétimo selo:
    Filme que reflete sobre o medo e desespero ante a morte iminente, a história é de uma criatividade e originalidade ímpares, as reflexões que Bergman sempre nos propõe, são impossíveis de não serem feitas, pois essas questões existenciais são comum a todos e atemporais. Daí a genialidade de Bergman! Sydom está excelente no papel de cavaleiro. Nota: 10.
    Francisco Russo
    Francisco Russo

    18.920 seguidores 687 críticas Seguir usuário

    2,0
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Muito bom filme, mas que demora um pouco para realmente capturar o espectador. O início de "O sétimo selo" é lento e desconexo, sendo que o filme apenas consegue encontrar um rumo realmente interessante quando Block e Jöns chegam ao bar e encontram a família de artistas. A partir de então o filme ganha tons claustrofóbicos, cada vez mais tensos até seu final. Além disto, o filme é pontuado por diálogos filosóficos e extremamente inteligentes, que põem em questão a existência de Deus e diversas outras questões, como o relacionamento entre homens e mulheres.
    Igor Emanoel
    Igor Emanoel

    5 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 19 de fevereiro de 2020
    Em meio ao cenário ermo de uma praia de rochas e ondas agitadas, uma narração de requintes bíblicos indica a natureza da obra da qual acompanharemos. À primeira vista, os planos longos e estáticos do início manifestam a contemplação assídua em O Sétimo Selo. Ao contrário do aparente, tal apreciação não se dá em virtude da estética natural da locação, mas reflete os incessantes questionamentos dos quais o roteiro afrontosamente convida o espectador a indagar.

    O texto possui autoria de Ingmar Bergman, que também comanda a direção, e neste filme encontra a sua maturidade cinematográfica, e o equilíbrio quase perfeito com suas raízes do teatro. Advindo desta origem, os diálogos são escritos com rebusque provocativo, isto é, monólogos asceticistas intencionalmente não dissolvidos em falas cotidianas, fazendo-se assim, enervantes o suficiente para ser uma idiossincrasia notória dos maiores louvores ao longa-metragem.

    A cada nova conversa o entre o protagonista Antonius Block (Max Von Sydow) e a Morte (Bengt Ekerot), são apresentadas novas visões e vertentes de um assunto central que é profundamente dissecado: fé. Block acabara de envolver-se em uma cruzada, e ao voltar para a sua civilização natal, depara-se com a peste e a miséria, o fazendo se questionar incansavelmente sobre sua própria crença. O principal elo do público para o filme é a figura de Antonius, e suas ponderações intrigantes não dão escolhas ao espectador senão participar do debate.

    Trabalhando o mesmo tema em diversas situações diferentes, o roteiro apresenta distintos pontos de vista sobre o mesmo assunto, e o faz por meio de personagens cativantes, que enriquecem a trama com convicções opostas. Destaque para o núcleo comandado por Nils Poppe, dando vida ao astuto e vivaz artista Jof. Sua trupe, colocada em circunstâncias paralelas ao do protagonista, promove comicidade inteligente, evitando que o tom ficasse excessivamente indagatório. É exatamente a diversidade opinativa fomentada pelo texto que permite ao longa não proporcionar respostas para suas perguntas, afinal, quanto maiores as explicações, maiores são as dúvidas.

    Funcionando em duas frentes alternadas – humor e drama – The Seventh Seal obtém êxito em ambas, sendo engraçado e emocionante nos momentos que se propõe a isto. Contudo, a alternância entre os tons é abrupta, não havendo cuidado nas transições entre o cômico e o dramático. Por outro lado, este efeito é compensado, em partes, quando tais fatores se convergem, assim, Bergman encontra o tom definitivo do filme – um agradável e reflexivo tragicômico existencialista.

    Apesar de todo o elenco estar a vontade em seus papéis, e a Morte de Ekerot ser visualmente simples, porém, imageticamente marcante, há personagens que sobram. O maior demérito vai para o trio composto por Gunnar Olsson, Inga Gill e Inga Landgré, que pouco acrescentam à narrativa, se tornando uma digressão sem o mesmo poder atrativo de todo o restante.

    O Sétimo Selo é a confirmação de Ingmar Bergman como um excelente diretor, (que mais tarde se provaria como um dos maiores de todos os tempos) se utilizando de alegorias provocantes para aliciar o espectador a participar incessantemente das dúvidas e ambiguidades das quais os personagens apresentam, nos conduzindo numa história moralmente épica, da qual o desfecho magnífico é um acalento para mente e coração. Em poucas palavras, poesia em forma de cinema.
    Bruno Campos
    Bruno Campos

    596 seguidores 262 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 16 de fevereiro de 2018
    O melhor e, paradoxalmente, menos sombrio do grande Ingmar Bergman. Apesar de ser um jogo de xadrez contra a morte (portanto sabidamente perdido), este filme-metáfora utiliza a Peste Negra como "travessia do fantasma" (Lacan), onde o protagonista e os outros personagens são instados a assumir, da forma mais autêntica possível, suas escolhas e percurso de vida. Cada cena, ou jogada de xadrez, ratifica a existência de cada um. A metalinguística da vida, como afirmação estilística sempre referida à morte. Grande prêmio do Júri em Cannes.
    Vinipassos
    Vinipassos

    245 seguidores 178 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 3 de julho de 2013
    O filme possuiu características de criticar a religião de maneira devastadora, a ponto dar a entender da não existência de Deus. Remete a Morte como a única coisa realmente concreta da vida.
    Ricardo L.
    Ricardo L.

    59.333 seguidores 2.750 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 6 de junho de 2023
    Um dos filmes mais aclamados da história do cinema! Elenco formidável e uma direção de arte deslumbrante seguida de uma fotografia mais que linda. Espetacular.
    Adriano Côrtes Santos
    Adriano Côrtes Santos

    704 seguidores 300 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 19 de fevereiro de 2019
    Quase todos, mesmo os não afeitos à obra de Ernst Ingmar Bergman, já viram alguma referência à cena marcante da partida de xadrez entre o Cavaleiro Antonius Block e a Morte (Bengt Gkerot). O simbolismo do duelo de xadrez se tornou a marca mais contundente de Bergman. O Sétimo Selo é um filme produzido em 1956 e baseado em uma peça teatral que o próprio Bergman escrevera, chamada O Retábulo da Peste. Ao se confrontar com seu próprio medo da morte, Bergman construiu sua obra-prima. Uma das reflexões do filme é a proximidade do apocalipse, com forte apelo bíblico na criação dos personagens artistas camponeses, Jof e Mia, diminutivos suecos para José e Maria. Em um cenário devastado pela peste , o diretor nos redime pela arte. Os traumas infantis de Bergman, criado em um catolicismo repressivo, se manifestam no filme com a presença opressora dos monges e os doentes se autoflagelando. No confessionário o Cavaleiro levanta reflexões sobre vida e morte, algo inédito no cinema até então. A magistral fotografia em preto e branco, o uso do som e da música, remetem a um longa sombrio mas com momentos de bom humor. Bergman na realidade burlou a morte e se eternizou no conjunto de suas obras monumentais, um legado que atravessará gerações.
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