"O CHAMADO 2", de Hideo Nakata, pode ser visto no Cine Roxy 5 e nos complexos Cinemark da região. A seqüência de "O chamado", filme no qual as pessoas que assistiam a uma fita de vídeo que mostravam cenas misteriosas, sem pé nem cabeça, acabavam morrendo num prazo de sete dias. Rachel Keller (a ótima Naomi Watts) e seu filho Max (Simon Baker) escapam da morte anunciada e mudam-se de Seattle para uma cidade provinciana do estado de Oregon (costa oeste dos EUA). Apesar do filme se iniciar com o mesmo "ritual" da fita cassete, agora é a vez da cabeluda Samara (a menina que vivia infeliz no fundo poço) querer se tornar humana a qualquer preço. E ninguém melhor para ser encarnado do que Max. Este aparece com uma maquiagem tão pesada que o público fica na dúvida se se trata de um ator ou um boneco de cera. Os sustos que o filme provoca são mais devidos aos efeitos sonoros (leia-se altura dos ruídos) do que propriamente pelas situações inusitadas. Alguns efeitos são bons, como por exemplo quando a água da banheira em que Max foi colocado para ser aquecido fica suspensa no ar, para em seguida, cair na cabeça da coitadinha da Naomi Watts, que se esforça muito para tentar diminuir o grau de mediocridade do filme. Infelizmente nem sempre você está diante de um roteiro como de "21 gramas", que permite nuances e riquezas psicológicas para você elaborar o seu personagem. Não há nada melhor para justificar um filme do que o próprio fracasso em ser um filme de terror. "O chamado 2" não assusta ninguém. Lamentável o fato de se utilizar de cervos para serem "possuídos" pelo espírito desesperado de Samara, e fazer com que eles atacassem o carro de Rachel com seus chifres. A aparição de Sissy Spacek (lembram-se dela em "Carrie, a estranha") como Evelyn, a mãe de Samara, é curtíssima e mostra como é triste a decadência de uma boa atriz, que por um punhado de dólares se sujeita a participar de uma produção como esta.