Nascido em 4 de julho:
Oliver Stone e Tom Cruise nos dão, um como diretor e outro como ator, um excelente filme anti-belicista, mostrando que as guerras são inúteis em sua essência, ainda mais as lideradas pelos Estados Unidos, que são sem nenhum propósito (eles falam que é pela liberdade do mundo inteiro), mas que só visam benefícos próprios, como, no caso desse filme, a tão criticada, inclusive aqui, Guerra do Vietnã, e é uma visão até pessoal para Stone, pois ele lutou nessa guerra como soldado e vivenciou os horrores da guerra, inclusive, Stone aborda esse mesmo tema em mais dois filmes, "Platoon" (pelo qual ganhou o Oscar de melhor diretor) e também em "Entre o Céu e a Terra", Stone gosta de abordar assuntos da história norte-americana, vide também os polêmicos, "JFK - A Pergunta que não quer Calar" e "Nixon", sobre a trajetória desses dois presidentes americanos, mas abordagem de Stone, em todos esses filmes, não é ufanista, nem de patriotismo ou nacionalismo alienizante, coisa comprovada com o documentário ainda não lançado nas locadoras, "Comadante", em que o diretor dá a oportunidade de Fidel Castro falar tudo que pensa sobre os Estados Unidos. Em "Nascido em 4 de Julho", Tom Cruise em atuação memorável e insuperável até o momento (concorreu ao Oscar de melhor ator) interpreta Ron Kovic, veterano da Guerra do Vietnã, que ferido em combate, fica paraplégico e sente-se menosprezado, usado e agora que não serve mais para a guerra, pelo seu estado físico, dispensado e jogado fora como um objeto agora inútil, sem valia, revoltado por essa traição do país que ele jurou defender, Kovic se conscientiza e passa a ser um ativista contra a Guerra do Vietnã, destaque para a atuação coadjuvante de Willem Dafoe. Um filme realístico, anti-belicista em sua concepção e essência, de alto teor psicológico e sentimental. Uma obra-prima! Nota: dez!