O título "Alelí", do filme dirigido e co-escrito por Leticia Jorge Romero, faz referência às personagens que são parte do núcleo familiar que encabeça a trama - Alfredo, o pai; Alba (Cristina Morán), a mãe; Lilián (Mirella Pascual), a filha mais velha e Ernesto (Néstor Guzzini), o filho do meio (não coube no nome a representação de Silvana - interpretada por Romina Peluffo -, a filha mais nova). Alelí também batiza o nome da casa de praia da família e representa também o significado "beleza fundamental".
Representante do Uruguai na disputa por uma indicação ao Oscar 2021 de Melhor Filme Internacional, "Alelí" é uma dramedy familiar que se passa durante um momento decisivo vivido por esta família. Após a morte do patriarca Alfredo, a viúva e os três filhos têm que se decidir sobre a venda da casa de praia, a qual, se confirmada, se transformará num condomínio de chalés.
No decorrer dos 88 minutos de filme, iremos acompanhar os relacionamentos desastrosos que envolvem a mãe e os irmãos, em cenas em que temos amostras sobre as dinâmicas da família, e sobre as personalidades conflitantes de cada irmão. Entretanto, ao mesmo tempo, o filme falha ao abdicar de discutir, em profundidade, o tema mais importante: a venda de Alelí e as implicações que isso terá para toda a família, que, com certeza, têm lembranças afetivas dos momentos vividos ali.
Por isso mesmo, "Alelí" acaba sendo uma obra que não se destaca. Até mesmo pela sua temática e gênero, é aquele tipo de filme difícil de conseguir alçar voos mais altos na sua disputa pelo Oscar. Não vejo bons prognósticos nas pretensões de "Alelí" na categoria de Melhor Filme Internacional.