Sucesso na 5ª geração de consoles de videogame, o jogo Silent Hill trouxe uma nova fase no aspecto terror em sua narrativa, pois explorava com grande força detalhes psicológicos que envolviam o protagonista. Diversos outros jogos foram lançados a seguir, cada um explorando o mesmo conceito mas com resultados distintos, entretanto, a grande expectativa sempre pairou sobre um adaptação cinematográfica, já que a 7ª arte dispõe de elementos capazes de ampliar a essência idealizada pelo criadora Konami.
Eis que após uma grande caminhada em busca dos direitos, o cineasta Christophe Gans adapta de forma interessante e muitas vezes claustrofóbica o ótimo TERROR EM SILENT HILL. A história usa muitos elementos do primeiro game e alguns dos jogos mais famosos, mas o enredo gira em torno de Rose da Silva (Radha Mitchell), mãe da jovem Sharon (Jodelle Ferland), essa que passa por diversos problemas e pesadelos em que pronuncia o nome Silent Hill durante crises de sonambulismo. Decidida a investigar possíveis origens das visões de sua filha, Rose embarca em busca da funesta cidade de Silent Hill e descobre muito mais poderia esperar.
Considerando se tratar de uma adaptação, os fãs dos jogos terão muito mais para absorver, desde a cidade sempre tomada por uma fuligem incessante e pelas ações de monstros que surgem ao longo da busca por explicações sensatas. Muito embora desconhecer a série também permite participar "ativamente" do enredo que se desenvolve com explicações ponderadas, mas deixando claro que o elemento terror tem uma abordagem mais pessoal do que narrativa.
O design usado nos monstros é nitidamente uma cópia dos já existentes na série de jogos, mas não representa problema algum, bastando observar a força visual das enfermeiras e do gigante Piramid Head, sem deixar de citar cada pedaço da cidade que se modifica em certos momentos. A fotografia tem seu momentos fortes, sempre buscando mostrar a cidade e os ambientes fechados de maneira a distingui-los detalhadamente, deixando claro que os cenários também são parte da história.
Culminando com um desfecho bem gore, e justo, diga-se de passagem, TERROR EM SILENT HILL demonstra apreço por sua origens gamísticas e grande competência no uso técnico da sétima arte. O filme pode não ser um representante máximo do gênero, mas decerto que inspira recomendações animadas pelo interessante conteúdo oferecido em suas entrelinhas.