O congresso Nacional-Socialista alemão de 1943 é documentado de maneira impressionante pela cineasta Leni Riefenstahl. No início, um bimotor desce dos céus, Adolf Hitler sai sorridente e é ovacionado pela multidão. Tudo é gigantesco: são paradas, desfiles monumentais e discursos para um público em total catarse. Um espetáculo cinematográfico hipnótico e terrificante que retrata, com imagens fortes, toda a pompa (e a barbárie) do regime nazista. Leni Riefenstahl, cineasta oficial do partido Nazista, ao qual nunca se filiou, Leni dispôs de grandes recursos para realizar o documentário e criar efeitos grandiosos. Ela dirigiu também Olimpíadas (Olumpia), sobre os jogos Olímpicos de 36, em Berlim, cidade onde nasceu. Uma artista completa, Leni era bailarina, atriz e sabia dirigir, editar, produzir e escrever. Trabalhou com fotojornalismo durante a segunda grande guerra e foi presa pelos aliados e acusada de fazer propaganda nazista. Desde 52, quando foi inocentada, tem colocado novamente seu grande talento e criatividade a serviço do jornalismo. Por este filme Riefenstahl recebeu uma medalha de ouro na Feira Mundial de Paris em 1937, também recebeu premiações nos Estados Unidos e Suécia. O filme está banido na Alemanha. Um documento do início deplorável do nazismo. Obra-prima fascinante e, é claro, aterrorizante de se ver. Há na história do cinema, um antes e um depois de Nuremberg, um antes e um depois de Leni Reifenstahl, um antes e depois de Triunfo da Vontade. “Quem não for para as trincheiras nem ficar sob o fogo das granadas, não pode ser considerado soldado. Com nossos machados, pás e ancinhos, somos a tropa jovem deste Reich.”, diz um dos homens que trabalhará nos campos, portando um olhar quase alucinado. Perturbador, realista, chocante e um exemplo de como a história jamais deve se repetir. Um documentário sempre atual, diante da bestialidade fanática que ainda teima em reinar pelo mundo.