Críticas mais úteisCríticas mais recentesPor usuários que mais publicaram críticasPor usuários com mais seguidores
Filtrar por:
Tudo
Alexandre Gordilho Bento
4 seguidores
25 críticas
Seguir usuário
5,0
Enviada em 11 de maio de 2020
Assisti duas vezes, espaçadamente, e a minha impressão continua sendo das melhores, mesmo pouco me lembrando do filme hoje. Porém, já está na lista para ser reassistido, coisa que raramente faço com um filme a menos que ele seja digno das cinco estrelas, como foi, por exemplo, A Partida (2008). Mas é um filme super original e cheio de significados, além do que, a fotografia é um "plus" à parte. Só dou nota máxima pr'aqueles poucos filmes que sempre lembro terem feito a diferença. Lembrando que hoje ele tem 8,0 de nota no IMDB...
O diretor Ki-duk Kim, nos brinda com o melhor filme de 2003. O ciclo da vida, as estações do ano e o amadurecimento de um menino nas fases de aprendizado através das mãos e mente de um monge mais velho. Enquanto o pupilo vai se metamorfoseando de lagarta a borboleta, é ensinado a crescer atravez de todos os sentimentos: amor, luxúria, ciúme, ódio e, eventualmente, raiva. A beleza da fotografia, a simplicidade do enredo são méritos que fazem desse longa uma obra poética.Kim nos dá temas que podem ser usados para expressar qualquer período de tempo e é especialmente pungente no mundo cheio de terror de hoje.O final é hipnótico e creio que todos sairão pelo menos com uma sensação de esperança que a humanidade há de se modificar para o bem.
Obra-prima do polêmico sul-coreano Kim Ki-duk. Um filme quase todo sem falas, porém extremamente eloquente e poético. Um garoto, aparentemente órfão, é criado por um mestre budista de preceitos rígidos de suposto desapego egoico. O fracasso pedagógico é sentido na carne por ambos. A estrutura psicanalítica neurótico-obsessiva é descrita à perfeição, ficando claro q "abnegação", "altruísmo" e "filantropia" são impossibilidades psíquicas, servindo apenas à sintomatologia típica dos ressentidos (autonomeados como "íntegros") questionados brilhantemente por Maria Rita Kehl.
É ótimo assistir obras como essa. Sem muito diálogos,mas com uma mensagem bastante reflexiva.As atuações são excelentes.E a fotografia,nem se fala.A cada mudança de estação,tudo fica ainda mais lindo.Belo filme.
Uma belíssima interpretação do ciclo da vida a partir de uma visão oriental-budista traduzida de forma excepcional. Um filme que infelizmente não é de agradar a todos por ser conduzido em um tempo e ritmo muito distinto, mesmo dizendo de forma simples, sem deixar de ser sofisticado, algo que de um modo ou de outro se comunica e tem significado para qualquer povo de qualquer cultura.
Este é O Filme. Uma pena que muita gente não conseguirá entender sua profundidade por desconhecer a simbologia e filosofia budista e oriental. Para estes, coisas como a roda de Samsara, o significado dos animais no templo (peixe, galo, cobra e tartaruga que simbolizam o perfil da próxima estação, que é um ciclo na verdade), o significado das Sutras e o próprio conceito imaterial do templo e noções de Karma.
Mas com certeza irá agradar pelo magnífico visual, música, filosofia atemporalidade do filme. Obra prima para todos os gostos.
O diretor sul-coreano é mais um dos muitos asiáticos que viram suas carreiras ganharem uma ascenção inesperada nos últimos anos. Os críticos ocidentais têm redescoberto o cinema do extremo oriente, daí até o lançamento em dvd de um "filme de arte" sul-coreano, algo impensável há alguns anos. Neste filme, a reflexão é sobre o ciclo da vida, tudo numa visão neobudista do universo. Numa casa localizada num local ermo, no meio de um lago, vivem um monge (Oh Young-su) e um seu pupilo, um garoto de 5 anos de idade (Seo Jae-kyung). Este não tem com quem brincar ou falar, pois a pessoa mais próxima vive a quilômetros de distância. Com quem ele vai interagir? Aqueles que pensaram com os animais acertaram. Ele, então, coloca pedrinhas na perna de um sapo, amarra pedrinhas em peixes e cobras. O monge observa o comportamento do menino e execra suas atitudes anti-sociais. O moleque sai correndo para libertar os animais, porém, o peixinho estava morto. Ele chora de forma convulsiva. O monges neobudista provou ser ótimo na manipulação da culpa na mente de garotos indefesos. E as estações do ano vão se sucedendo. O menino torna-se um homem (Kim Young-min) e se apaixona por uma bela mulher (Ha Yeo-jin) que vai passar uma temporada junto do monge para superar uma doença grave. Me pareceu que a doença dela era histeria. Enfim, a luxúria e a paixão acabam vencendo o "equilíbrio neobudista". A moça que já havia se recuperado de sua doença, nem tanto pelas ervas que havia sido obrigada a ingerir durante a sua estadia, foi expulsa da casa. O discípulo do monge decide abandonar a sua vida reclusa e parte em direção à civilização no encalço de sua amada. Novamente as estações se sucedem e o moço retorna para a casa no meio do lago - de uma beleza inigualável, diga-se de passagem - pelo fato de ter assassinado sua esposa fruto de ciúmes, e, é claro, querer ficar longe da polícia. A narrativa circular continua e ele é preso e, anos mais tarde, volta para ocupar o lugar deixado pelo monge que se "auto-incinera" no meio do lago quando percebe que sua morte está próxima. O ciclo será fechado quando uma mãe desesperada deixa o seu filho para ser cuidado pelo novo monge. Kim Ki-Duk acertou em cheio na escolha do templo flutuante e no local de filmagem, uma ilha exótica de uma beleza extraordinária. No que tange ao roteiro, a mensagem de um zen-budismo infantil não emplaca, ao menos para mim. Como os asiáticos estão em alta no cinema ocidental, até mesmo filmes medianos ganham a pecha de filme de arte.
Caso você continue navegando no AdoroCinema, você aceita o uso de cookies. Este site usa cookies para assegurar a performance de nossos serviços.
Leia nossa política de privacidade