O lendário Alfred Hitchcock foi e ainda é uma das maiores referências de como entreter com qualidade no cinema. No final da década de 50, o diretor britânico estreava seu 23° longa-metragem nos Estados Unidos e um dos melhores e mais divertidos de sua extensa carreira.
O grande roteirista Ernest Lehman, em sua primeira parceria com Hitchcock, escreveu de forma brilhante, uma história extremamente original e muito envolvente, com espionagem, romance, humor e diálogos excelentes.
O grande astro Cary Grant (George ill), em sua quarta e última parceria com Hitchcock, mostra a razão de sua imensa popularidade, com grande carisma e talento, com um dos personagens mais leves da extraordinária filmografia do mestre do suspense.
A excelente Eva Marie Saint (Eve Kendall), já havia mostrado grande talento em sua estreia no cinema, já vencendo o Oscar de Coadjuvante e aqui em seu quinto longa de cinema, conseguiu brilhar tanto quanto Grant. Outros destaques do elenco são os vilões de James Mason (Phillip Vandamm) e Martin Landau (Leonard) com ótimas atuações.
Como de costume em seus filmes, Hitchcock fez uma pequena participação no início, que é curiosa e engraçada, a protagonista feminina é loura, como na maioria dos seus trabalhos e neste filme o diretor deu uma cutucada em uma de suas desavenças, com a fala do personagem de Grant (George O. Thornill), dizendo que o “O” não significava nada, sendo direcionada para o produtor David O. Selznick.
Dos grandes colaboradores de Hitchcock, um dos mais notáveis é o grande compositor Bernard Herrmann, aqui em sua quinta parceria com o diretor, com uma trilha que se não é tão icônica como as outras, encaixa-se perfeitamente com o estilo do filme.
A grande equipe de diretores de arte (William A. Horning, Robert F. Boyle, Merrill Pye, Henry Grace & Frank R. McKelvy), fez um notável e excepcional trabalho, principalmente na decoração de interiores. Apesar de não ter levado crédito, é impossível não notar os figurinos de Harry Kress, principalmente nos usados por Eva Marie Saint.
A edição ágil e precisa de George Tomasini, a fotografia excepcional de Robert Burks e os ótimos e muito bem empregados efeitos especiais de A. Arnold Gillespie & Lee LeBlanc, são exemplos do padrão de qualidade dos filmes do mestre Hitchcock.
O filme foi indicado a apenas três Oscars, Roteiro (Ernest Lehman), Edição e Direção de Arte, um verdadeiro descaso com uma obra cheia de qualidades.
A cena de Grant sendo perseguido pelo avião é magnífica e uma das mais famosas e icônicas da história do cinema. Mais uma obra-prima do grande Alfred Hitchcock, que hoje em dia faz parte da lista dos 100 maiores filmes de todos os tempos, pelo Instituto Americano de Cinema e passados mais de 50 anos, continua sendo apreciada e admirada por outras gerações.