Colateral (Collateral; 2004; EUA). Direção: Michael Mann. Com: Jamie Foxx, Tom Cruise, Jada Pinkett Smith, Mark Ruffalo, Bruce McGill, Peter Berg, Javier Bardem. O taxista sonhador Max (Foxx) faz rotas noturnas em Los Angeles como forma de poupar dinheiro e montar seu próprio negócio. No entanto, vê sua vida e sonhos ameaçados quando decide fazer viagens a um suposto executivo (Cruise, dessa vez fugindo do estereótipo dos seus personagens recorrentes). Este filme policial tem um subgênero que apelido de “estória tensa de encurralamento durante uma madrugada inteira, concluindo no amanhecer”, da mesma forma que o mediano Território Inimigo, de 1987. Ambas as projeções abordam o crime organizado: esta retrata a facção criminosa pobre da periferia; aquela expõe a máfia com recursos financeiros capazes de interferirem até na Justiça Criminal. O vilão da trama é um sujeito enigmático, não se sabendo de onde vem, quais são seus propósitos e como ele chegou a tal situação. Já o protagonista representa o homem médio, bom caráter e sonhador, o que permite inferir indubitavelmente o aspecto maniqueísta da obra. Não se pode olvidar da elegância do diretor ao conduzir o filme da maneira simplista, com a câmera à mão, além de utilizar uma bela fotografia para expor a noite de Los Angeles e uma edição que foi indicada ao OSCAR 2005. Outrossim, a trilha sonora é singular e o desfecho da trama é de causar tensão no espectador. Porém, os pontos negativos são a participação do personagem vivido por Javier Bardem e suas falas desastrosas construídas no roteiro de Stuart Beattie, além do subaproveitamento da atuação de Mark Ruffalo. De toda forma, é uma película marcante do início do Século XXI, onde as redes sociais ainda iriam influenciar o gosto cinematográfico e a forma de pensar do espectador. Jamie Foxx, que é protagonista na trama, curiosamente foi indicado ao OSCAR 2005 de melhor ator coadjuvante neste filme. 120 min. Paramount. Policial.