"Ultravioleta" parece bastante com um jogo de videogame, daqueles que têm fases onde o protagonista tem que derrotar inimigos sem dar muita importância ao seu objetivo. Em certas sequências ele inclusive se torna um jogo, pois fica claro que atores e cenários são substituídos por cenas inteiramente feitas em computador. Dois exemplos são a perseguição a Violet pelo helicóptero e a luta contra a gangue chinesa. Nesta última chega a haver uma cena que lembra muito a visualização de jogos tipo "Doom" e "Quake", onde é mostrado o ponto de vista de um dos bandidos, exibindo sua mão atirando e o que ele vê. Já quanto à história, ela não importa muito. A trama da arma que precisa ser roubada, e depois protegida, por Violet é mero pretexto para cenas de luta. Que têm três características principais: a ausência quase completa de sangue - até há em algumas lutas, mas pela quantidade de gente que morre em cena deveria ter muito mais -, o visual estiloso - a la "Matrix", porém mais colorido - e as coreografias. Especialmente pelo último item, as lutas não proporcionam diversão alguma. Parecem um balé filmado, onde heroína e vilões sabem exatamente o que precisam fazer e apenas repetem os gestos. Tudo bem, grande parte das lutas em cinema são feitas assim, mas as boas ao menos são convincentes. Estas não, o espectador os vê lutando mas não consegue acreditar naquilo - dentro da realidade da história, é claro. Chegam a ser tediosas, a partir da metade do filme. De resto, Milla Jovovich aparece muito bonita em cena mas sem expressividade alguma. O que também não compromete sua personagem, já que a última coisa que "Ultravioleta" quer é um pouco de densidade dramática. O roteiro é repleto de furos, especialmente o modo como ocorre o desfecho final, mas como disse antes a trama é mero detalhe. Um filme fraco, que não agrada nem menos pelas suas cenas de ação, já que ou são coreografadas demais ou simplesmente são - mal - feitas via computador.