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    Face a Face
    Média
    3,6
    16 notas
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    2 Críticas do usuário

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    Anderson  G.
    Anderson G.

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    4,0
    Enviada em 24 de abril de 2022
    "Face a Face" filme do cultuado diretor Ignar Bergman é um exemplo de direção, com uma simplicidade tocante o diretor consegue causar uma aflição iminente, um filme que perturba sem ser explícito, que causa arrepios e pensamentos através de uma condução simples  e uma trama cheia de particularidades e simbolismos. Seria muito arrogância explicar o roteiro e seus significados, o diretor Sueco sempre foi profundo em seus textos, e aqui não é diferente, o roteiro conta a história de Jenny, uma jovem médica que se vê presa em um sentimento de aflição e ansiedade que é aflorado após passar por um trauma, Bergman da fisicalidade ao sentimentos de Jenny, todo seu background é pincelado de forma visual através de simbolismos e metáforas, às vezes, até ́a própria iluminação - que neste filme é simplesmente brilhante- ajuda a pontuar os sentimentos de nossa protagonista. O grande incômodo do filme pode ter sido feito de forma proposital, sentimos em diversos momentos erros de continuidade, seja de fala, de troca de cenas, ou até de sequência, porém, assim como Kubrick fez em "Laranja Mecânica", tal artifício parece ter sido usado para causar uma percepção de confusão ao telespectador e contribuir para o seu clima de terror, que aliás funciona muito bem, maquiagem é ótima, fotografia perfeita e uma composição de cenário incrível, que causa um misto entre repulsa e aconchego, sempre criando espaços confortáveis e fúnebres. "Face a Face" pode parecer um filme confuso e trata sobre temas pesados, mas sua direção é precisa, A cópia que assistir não passou por nenhuma restauração então foi possível observar as limitações da época, principalmente considerando que é um filme europeu. 8/10
    Fernando JG
    Fernando JG

    1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 8 de maio de 2020
    A condição humana pelo olhar de Bergman.


    Face a Face (1976), filme que antecede o clássico Sonata de Outono (1978), antecede e propõe um olhar psicológico sobre o sujeito, seus conflitos e os seus espaços desconhecidos da alma. Aquilo que se nota no filme posterior, o conflito interparental edípico entre mãe e filha, é explorado com a íntima ordem bergniana na desordem íntima da personagem Jenny. Filme da fase madura do diretor sueco traz Liv Ullmann para brilhar no papel da médica psiquiatra. Com todos os méritos aos demais aspectos do filme, diria que a película foi roteirizada para Ullmann mostrar o seu brilhantismo, que, para mim, atinge o seu ápice neste filme. De fato, uma das melhores atuações do cinema e da carreira dela.
    Obra prima, Face a Face expõe a vida de Jenny, psiquiatra que vê a sua vida retomada através de memórias recalcadas em seu inconsciente. A psicologia do filme é minuciosa, levando a refletir as faces da dor, do sofrimento, e da miséria do afeto sob o prisma das relações parentais. O conflito edípico entre mãe/avó e filha são tratados com muita tristeza e angústia. Fato este que vai desaguar de vez em Sonata de Outono (1978).
    Jenny, que tem o pleno domínio da razão, sucumbe ao limite da desrazão, desencadeando os movimentos obscuros da sua alma, expondo à público a sua depressão e o estatuto neurótico. O conflito entre o Id versus o Ego é levado a uma formatação extrema, demonstrando uma fragilidade sobretudo humana da personagem.
    O filme é de Bergman, mas, com certeza, a dona de toda lembrança fílmica restará por parte da atuação monstruosa de Liv Ullman.
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