E não é que o ator Pierce Brosnan parodia o papel que o levou ao estrelato, o de James Bond. Ele é Julian, um assassino de aluguel que desenvolve a síndrome de desgaste profissional, quer dizer, o seu trabalho o deixou estafado a tal ponto que ele não consegue executar o que ele sempre fez com perfeição. Julian não é um cara que tenha amigos, a sua profissão nunca permitiu. No momento de maior crise de sua vida ele casualmente se encontra com o americano Danny (Gregg Kinear), que aparentemente não tem nenhum ponto de contato com o assassino fadigado. Eu disse aparentemente. Danny é casado com Carolyn (Hope Davis). O casal perdeu o filho adolescente há um ano e vive um série crise financeira. A viagem para a cidade do México tem como objetivo a recuperação das finanças do casal. Na superfície Danny é um cara legal, honesto, cuja má sorte insiste em perseguí-lo. No outro lado da moeda, Julian é um cara desbocado, de sangue frio, que se caracteriza pela insensibilidade. A amizade que o acaso forja entre Danny e Julian faz com enxerguemos os dois personagens de maneira mais flexível: nenhum dos dois é santo ou diabólico. A amizade que se iniciou num bar de um hotel da cidade do México, tendo o seu auge uma tourada, fica oculta por alguns meses. Eis que Julian vai até a casa de Danny nos EUA para que este o ajude em uma missão (leia-se mais um assassinato). O filme oferece uma visão inusitada de uma assasino de aluguel, pois aqui ele vive um período estressante que o inabilita para a "profissão'. Não me recordo de nenhum filme com tal temática. A atuação de Pierce Brosnan, que sempre será lembrado pelos papéis de James Bond, é boa. O filme, no entanto, é mediano, que não chega a entusiasmar em nenhum momento. Entretenimento meia-boca.