Não sou a reencarnação do Narciso Vernizi, o homem do tempo, cujas previsões eu ouvia diariamente na rádio Jovem Pan AM na minha adolescência, mas temo profetizar que o furacão Katrina que tanta desgraça trouxe ao povo de New Orleans foi uma vingança dos deuses contra este arremedo de filme chamado "A CHAVE MESTRA". O estado da Louisiana, cuja capital é New Orleans, propiciou um encontro inusitado entre as culturas inglesa, francesa e africana, tem sido a escolha inevitável quando Hollywood anseia por mostrar culturas exóticas ou mesmo quando o assunto é a reverência às crenças vudus. Em alguns casos o resultado é bom, como em "CORAÇÃO SATÂNICO", dirigido por Alan Parker e, 1987. "CHAVE MESTRA" redundou num autêntico charco de lugares-comuns e preconceitos capaz de irritar o espectador menos atento. Vamos à trama propriamente dita. A bela heroína é a enfermeira Caroline (Kate Hudson) que desiste de seu trabalho numa clínica geriátrica ao ver tantos velhinhos morrerem. Interessasse por um emprego em que irá faturar $ 1000 por semana para cuidar de um velhinho seqüelado de AVC (John Hurt), vulgarmente conhecido como derrame. A casa onde o velhinho e a sua diabólica esposa, Violet Deveraux (Gena Rowlands) moram é longe de New Orleans, no meio do pântano. Ninguém em sã consciência aceitaria um emprego naquele lugar com aquele casal pra lá de esquisito. A destemida Caroline, contrária às minhas orientações, aceita o trabalho. Em poucas horas ela concluirá que meteu a cumbuca no lugar que não deveria. Passa a andar pela casa livremente quando Violet lhe dá a chave mestra para abrir todas as portas daquela mansão cheia de quartos. E como a curiosidade matou o gato, Caroline adentra um quarto cheio de espelhos (que não existem nos demais locais da casa) e antiguidades excêntricas. As crendices de Violet conseguem "contaminar" Caroline. O objetivo dos donos da casa foi alcançado. A natureza foi inclemente com a cidade que hospedou os criadores desta obra que mereceria que fosse colocado um pozinho na porta de todas as salas de cinema que exibissem o filme. Desta forma, espectadores incautos não conseguiriam assistir a esta película maligna.