Em “O Grito”, do diretor Takashi Shimizu, a atriz Sarah Michelle Gellar interpreta uma estudante de Serviço Social que foi morar com o namorado no Japão. No país do sol nascente, ela começa a trabalhar e recebe a função de ir a uma casa para cuidar de uma senhora que lá vive sozinha. Na casa, a futura assistente social descobre uma série de maldições, todas elas ligadas a uma trágica morte que ocorreu no local.
“A Chave Mestra”, filme do diretor Iain Softley e do roteirista Ehren Kruger (o mesmo que escreveu “O Chamado”), tem uma premissa bastante parecida com a de “O Grito”. Caroline Ellis (Kate Hudson) é uma enfermeira que abandonou o emprego em um hospital para buscar uma maior realização profissional. É assim que ela vai parar em uma casa perto de uma floresta na cidade de Nova Orleans. Caroline foi contratada por Violet (a excelente Gena Rowlands) e pelo advogado dela (Peter Sarsgaard, abandonando os filmes independentes por um momento) para cuidar do marido dela, Ben Devereaux, que está nos momentos finais de sua vida depois de sofrer um derrame que o deixou completamente paralisado.
Logo, Caroline nota que não está em uma casa comum. Todos os ambientes da moradia são abertos por uma mesma chave, a chamada chave mestra; além disso, em nenhum cômodo da casa pode ser notada a presença de um espelho. Entretanto, o maior mistério da casa do casal Devereaux está no sótão, um local que Caroline não é autorizada a freqüentar; mas, como acontece em todo filme de suspense/terror, ela ignora essa ordem e segue a curiosidade que é tão natural ao ser humano. E é justamente ao seguir esse instinto que Caroline irá descobrir uma trama envolvendo o hudu, uma prática mística feita pelos ex-escravos africanos e que, curiosamente, não irá atingir aqueles que não acreditam nela.
“A Chave Mestra” é um filme de suspense diferente daqueles que chegaram ao cinema nos últimos anos. A trama do filme é desenvolvida sem pressa e atinge seu ápice na sua meia hora final. Ou seja, são poucos os momentos em que a platéia irá se sentir realmente assustada; na maior parte do tempo predomina o sentimento de medo, mas um medo que não está diretamente exposto na nossa cara. Por isso mesmo, o final de “A Chave Mestra” pode frustrar algumas pessoas, mas ninguém pode negar que ele não deixa de seguir aquilo que foi o tempo todo colocado na cara da platéia.